ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 23-5-2016.
Aos vinte e três dias do
mês de maio do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João Bosco
Vaz, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger e Prof. Alex Fraga.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, registraram presença Airto Ferronato, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Engº Comassetto, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/16 (Processo nº 0049/16), de autoria de
Marcelo Sgarbossa. Após, foi apregoado o Ofício nº 489/16, do Prefeito,
encaminhando do Projeto de Lei do Executivo nº 016/16 (Processo nº 1313/16).
Ainda, foi apregoado o Ofício nº 023/16, do Vice-Prefeito,
comunicando que se ausentará do Município do dia vinte e dois ao dia vinte e
cinco de maio do corrente, ocasião em que participará de visita técnica para
verificação da implementação do sistema Bus
Rapid Transit em Belo Horizonte – MG – e Rio de Janeiro – RJ. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Nidia Maria Andrade de
Albuquerque, Presidenta da Associação de Moradores da Vila Restinga – Amovir –,
que discorreu sobre construção no leito da rua e a construção de posto de saúde
no Bairro Vila Castelo. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Elizandro Sabino, Lourdes Sprenger, Adeli Sell,
Tarciso Flecha Negra e Rodrigo Maroni manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais sobre o tema em debate, a Nidia Maria Andrade de Albuquerque. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Elizandro Sabino e Jussara Cony. Após,
Valter Nagelstein formulou Requerimento verbal, deferido pelo Presidente,
solicitando Tempo Especial. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Rodrigo
Maroni. A seguir, o Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL a Valter Nagelstein. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se Lourdes Sprenger, em tempo cedido por Mauro
Pinheiro, e Idenir Cecchim, este em tempo cedido por Mauro Zacher. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Jussara Cony, Clàudio Janta, Mauro
Pinheiro e Idenir Cecchim. Na ocasião, foi realizado um minuto de silêncio, por
solicitação de Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Adeli Sell e Sofia
Cavedon, em homenagem póstuma, respectivamente, a Mauro Costa Rodrigues,
Elizabeth Dri, Enio Rockenbach e Leonilda Francisca Fagundes. Às dezesseis
horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Clàudio
Janta, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação do
Requerimento nº 041/16 (Processo nº 0960/16). Também, foi apregoado
Requerimento de autoria de Márcio Bins Ely, deferido pelo Presidente, solicitando
a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 231/15 (Processo nº 2355/15). Ainda, foram apregoadas as Emendas
nos 02 e 03, assinadas por Márcio Bins Ely, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 231/15. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 231/15 (Processo nº 2355/15), após ser discutido por
Adeli Sell, Fernanda Melchionna e Reginaldo Pujol e encaminhado à votação por
Márcio Bins Ely, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Idenir Cecchim, Dr.
Goulart, João Carlos Nedel, Prof. Alex Fraga, Engº Comassetto, Airto Ferronato
e Jussara Cony. Foram aprovadas as Emendas nos 02 e 03 apostas ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 231/15. Foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 231/15. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria de Engº
Comassetto, solicitando o adiamento, por uma sessão, da discussão do Projeto de
Lei do Legislativo nº 265/13 (Processo nº 2298/13). Após, foi constatada a
existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Valter
Nagelstein. Em seguida, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Cassio
Trogildo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 014/16 (Processo nº 0205/16), após ser encaminhado à votação por
Cassio Trogildo, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro e Reginaldo
Pujol. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 014/16, Cassio
Trogildo afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento.
Durante a sessão, Reginaldo
Pujol manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e cinquenta
e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada
por Prof. Alex Fraga, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Guilherme Socias Villela, Cassio Trogildo e Delegado Cleiton e secretariados
por Paulinho Motorista. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje terá a presença
da Associação de Moradores da Vila Restinga – Amovir, que tratará de assunto
relativo à Vila Castelo, construção no leito da rua e a construção de posto de
saúde. A Sra. Nidia Maria Andrade de Albuquerque, Presidente, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. NIDIA MARIA ANDRADE DE ALBUQUERQUE: Boa tarde a todos, cumprimentando o Presidente, eu
cumprimento os demais Vereadores e, principalmente, agradeço ao Ver. Engº
Comassetto, que fez uma visita a nossa entidade, para quem eu pedi que nos
encaminhasse para fazer esta declaração. Nós estamos, desde 2010, com uma
situação precária no nosso posto de saúde. O nosso posto já foi demandado, teve
licitação, tem local, tem área e tem a verba destinada do OP, a qual ninguém
sabe onde foi parar. Nós já tivemos a licitação, tivemos diversas reuniões com
o nosso Secretário de Saúde, com o Secretário anterior e o de agora, e o que
ele nos disse? Que não tem dinheiro e que não pode haver a construção do posto.
Só que nós estamos em um lugar, e eu gostaria que os Vereadores fossem até o
posto da Castelo para ver a situação daqueles trabalhadores e da comunidade da
Restinga que está sendo recepcionada no posto. Com esse frio, gente, quem vai
àquele posto, sai mais doente. Não tem condições de ficar. E nós, esperando a
construção do posto, esperando... Temos o lugar, que é o mais importante, a
verba ele disse que provavelmente não dê mais para a construção, e ele sempre
nos enrolando, nos enrolando. Nós estamos nessa situação há mais de cinco anos
e não tem jeito de sair a nossa construção. O nosso CAPS AD a mesma solução, e
agora a gente vai ter que fazer uma audiência pública junto com os conselheiros
tutelares para ver essa situação do CAPS, porque nós estamos precisando dele
imediatamente. Nós nos reunimos com as escolas e entidades do Extremo-Sul e nós
vimos a demanda imensa do CAPS. É uma demanda grande, e não estamos tendo a
acolhida do Secretário da Saúde. Não temos saúde mental na Restinga. Não temos,
estamos à deriva! A gente gostaria de pedir, como presidente da associação mais
antiga da Restinga, que os Vereadores fossem até o Posto Castelo e vissem essa
situação para nós. O CAPS AD, a nossa construção do posto e outra situação da
qual fomos avisados: vamos ficar sem médico. Depois dessa confusão que deu com
o Mais Médicos, não temos mais; nós tínhamos os médicos bolivianos, que, por
sinal, eram ótimos médicos, visitando a comunidade, indo às residências,
trabalhando extremamente, um pessoal dedicado, nos foi tirado, não somos mais
contemplado com esse trabalho, e a comunidade quer porque gostou e sabe o
atendimento e a valia que teve o tratamento dos nossos médicos. Por último,
gostaria de ver com quem tenho que encaminhar a construção desordenada que está
sendo feita na Castelo, onde não tem mais passeio, o pessoal está caminhando no
meio da rua, onde já teve inúmeros acidentes.
Hoje pela manhã, uma senhora de 70 anos,
não sei se fraturou a perna, não soube mais o que aconteceu com ela, a gente só
fez o encaminhamento. É uma construção desordenada, eu não sei a quem tenho que
recorrer, onde devo ir, e estou pedindo socorro, porque está ocorrendo uma
construção desordenada, estão avançando em cima das calçadas, não estão
respeitando o Plano Diretor, e a comunidade pediu, há muito tempo, numa reunião,
os guard-rail na entrada da rua, e
que fosse posta uma sinaleira. Só que essa sinaleira não foi posta onde a
comunidade pediu, foi posta mais adiante, e todas as reivindicações que fizemos
não foram atendidas. Estamos muito à deriva, porque para o lado que a gente
corre, a gente não tem solução. Estamos precisando que os Srs. Vereadores, como
nossos representantes legais, deem uma olhadinha para isso. Muito obrigada. Boa
tarde. Aguardo resposta.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Convido a Sra. Nidia a compor a Mesa. O Ver. Engº Comassetto
está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
vim aqui em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, cumprimentá-lo e
cumprimentar a nossa convidada Nidia Albuquerque, que coordena o trabalho
comunitário da Amovir, na Restinga. Quero tratar desses três pontos que ela
traz, referentes à comunidade. Primeiro, o tema do posto de saúde da Castelo; e
eu quero aqui fazer um registro, Nidia, porque esse debate já aconteceu várias
vezes nesta Casa. A gestão do Fogaça, quando venceu as eleições, retirou o
posto de saúde da Castelo – e o Ver. João Bosco Vaz, já era da base de
sustentação naquele momento e me ajuda aqui neste debate – e deu para a Casa da
Sopa para construir o posto novo, que até hoje não foi construído. E a
comunidade está sem o posto de saúde. Portanto essa é uma agenda que a senhora
traz aqui com precisão, esse tema é uma responsabilidade de todos nós, sim,
para fazer com que a conquista que vocês tiveram também no Orçamento
Participativo, que está depositado, possa ser construído o posto de saúde da
Castelo.
Segunda questão
que a senhora traz, nós aprovamos uma lei aqui, das AEIS, que incluiu a Castelo
como Área Especial de Interesse Social, e a regularização, pelo que eu sei, é
de responsabilidade
do escritório de regularização fundiária, junto com a Secretaria de
Urbanismo. Portanto, Sr. Presidente, eu queria já sugerir um encaminhamento à
Mesa. Que a Mesa encaminhasse um Pedido de Providências, para que a SMURB
pudesse ir até a Castelo junto com a SMOV, verificar esse caso in loco, porque se a comunidade está
construindo no meio das ruas e das calçadas, está desobedecendo ao Plano
Diretor, e tem que dar apoio à comunidade que assim trabalha esse ponto hoje.
Sem falar no caso do Caps, que a senhora traz aqui, que é uma necessidade sem dúvida
nenhuma. E nós continuaremos lutando para que o programa Mais Médicos continue,
não acabe, porque ele tem 90% de aceitação das comunidades. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, peço
que o Ver.
Engº Comassetto faça a solicitação para a Mesa, conforme pediu.
A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
eu queria cumprimentar a Nidia Maria, em nome dela, cumprimentar a Amovir e o trabalho que vocês desenvolvem. Eu
venho aqui também representando o Ver. Prof. Alex Fraga, e não tenho dúvida que
também o nosso Deputado Pedro Ruas e outras lideranças e apoiadores da luta,
como o Dr. Barcelos, que hoje não pôde estar conosco. Fiquei bastante atenta à
fala da Nidia, que tem lutado muito em defesa dos interesses do povo. Cinco anos
lutando pelo posto de saúde, toda essa enrolação do Governo com a Atenção
Básica da nossa população, a verba do Orçamento Participativo que não foi
liberada – isso também foi trazido pela Nidia – e a reivindicação frente à
EPTC. Então, nós queremos nos colocar à disposição e nos somar aos
encaminhamentos da Nidia e do Ver. Comassetto no sentido de que a Câmara, em
conjunto, possa se pronunciar nesta questão, porque o que não dá para aceitar
são cortes naquilo que é essencial à vida da população. Quinta-feira, Nidia,
nós fizemos uma denúncia, porque visitamos todas as farmácias distritais:
medicamentos básicos para hipertensão, diabetes, Parkinson e pílula
anticoncepcional estavam faltando em mais da metade das farmácias distritais
por nós visitadas, inclusive o único anti-inflamatório que é distribuído pelo
Município não tinha em oito das dez farmácias distritais que existem no
Município de Porto Alegre. Então, nós temos a convicção de que é fundamental
lutar pelos direitos do povo e contra os governos que querem atacar esses
direitos. Nós estamos ouvindo agora as falas do Ministro da Saúde deste Governo
reacionário e ilegítimo querendo diminuir o tamanho do SUS, quando, na verdade,
nós precisamos ampliá-lo e garantir plenos direitos da população à saúde.
Parabéns, mais uma vez, Nidia, conta conosco nessa tua luta para defender o
povo tão necessitado e que precisa da saúde pública.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento.
A
SRA. JUSSARA CONY: Boa
tarde Presidente, boa tarde Nidia, te cumprimentando, cumprimento todas as
companheiras e companheiros, principalmente as mulheres da Amovir, sempre na
linha de frente e na luta por todos os direitos, e hoje trazendo aqui algumas
questões, fundamentalmente a da saúde. Falo em nome da Bancada do PCdoB, e é
isto que nós estamos vivendo neste País: os golpistas privatistas. O Ministro
interino deste governo golpista do Temer – e agora se desnuda esse golpe, a
imprensa, hoje, não pôde mais esconder –, a primeira coisa que ele disse é que
tem que diminuir o SUS. Na nossa concepção, usuários, profissionais e lutadores
do SUS, nós temos é que aumentar cada vez mais, o Sistema Único de Saúde, e ele
ainda aconselha os trabalhadores e o povo a irem para os planos de saúde, como
se a maioria da população brasileira tivesse condições de pagar planos de saúde
e como se o SUS não fosse uma conquista do povo brasileiro de saúde pública com
qualidade.
Então eu sou da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, se precisar marcar uma reunião em relação à questão do posto, tenho
certeza de que a Comissão de Saúde, liderada pela Ver.ª Lourdes e o
Vice-Presidente, Ver. Goulart, em princípio estamos à disposição no sentido de
que nós possamos garantir cada vez mais SUS, e não menos SUS.
Sobre a questão dos Mais Médicos, também
foi muito bom a sociedade ter vindo se somar aqui conosco com essa denúncia,
porque um dos atos criminosos que foi feito foi terminar com a política dos
Mais Médicos. Eu acho que, como profissional da Saúde, como farmacêutica, o dia
em que, nesta Nação, nós tivermos o ensino na área de saúde sob a ótica
multidisciplinar e tivermos o ensino para atender à saúde pública para que a
porta de entrada seja o posto de saúde, para termos saúde, e não doença –
porque ter que ir para hospital e tomar remédio é doença –, nós teríamos uma
outra Nação brasileira sob a ótica do atendimento à saúde. Mais Médicos é um
programa importantíssimo, e nós vamos continuar lutando para que ele continue.
E essa luta que tu trazes aqui só soma e, por isso, em nome da bancada do
PCdoB, em meu nome, como farmacêutica e companheira de todas as lutas, nós só
temos a agradecer esse momento em que tu trazes aqui a voz da população, a voz
das mulheres, a voz da luta pelo Sistema Único de Saúde.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Elizandro Sabino está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr.
Presidente, Ver. Villela; queremos saudar também a Sra. Nidia, que representa a
Associação dos Moradores da Vila Restinga – Amovir, e traz aqui pautas
extremamente relevantes, pautas que são importantes para esta Casa.
Eu recebi aqui
a informação, Sra. Nidia, de que o projeto da Unidade de Saúde ali da Castelo
já está pronto e aprovado na SMURB no valor de R$ 2,3 milhões, esperando
recurso financeiro. E, no que diz respeito à questão da liberação de recursos
para a licitação da obra realmente está na dependência para a execução por
parte da Secretaria. A Secretaria está na dependência da liberação de recursos
para licitar a obra. A parte da Secretaria da Saúde foi realizada, mas ainda falta a liberação do recurso.
Então essas são as informações que nós recebemos agora, de imediato, após a sua
manifestação na Tribuna Popular, entendendo que hoje nós temos aprovado, no OP
de 2011, o valor de R$ 1.101.262,00 para a execução da obra. Então hoje nós
estamos diante desse impasse, que é a espera da complementação do recurso
financeiro para a construção da obra que já é uma conquista popular da
comunidade local. Agradecemos a sua presença, e o PTB também se coloca à
disposição para esse debate. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Sabino. A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sra. Nidia, a quem já conhecemos pela sua luta, presente em vários
eventos, em várias reuniões de comunidades, nós estamos presidindo, este ano, a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, como a Ver.ª Jussara Cony já citou, e o
nosso trabalho tem sido com início, meio e tentativa de conclusão, então nós
temos atas e encaminhamentos. Se precisar da nossa Comissão para esclarecer alguns
pontos e saber por que isso demora tanto, não temos intenção de ficar
postergando ou fazendo uma, duas ou três reuniões. Nós procuramos informar o
que é possível e o que é impossível. Obrigada e parabéns!
(Não revisado
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado. O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: É um prazer
falar em nome dos partidos de oposição – PCdoB, PSOL, Partidos dos
Trabalhadores. Quero dizer que acompanhamos com atenção os levantamentos que V. Sa. fez. Estamos vendo que, há muito
tempo, o Poder Público Municipal deveria ter um olhar diferenciado para a Vila
Castelo. Lembro aqui que, anos atrás, nós tivemos uma escola infantil, uma
creche comunitária abandonada, e, pela pressão desta Câmara Municipal, foi
devidamente recomposta. Um dos casos mais grotescos é a tal da sinaleira, que
está ali quase na bocada da Av. Ignês E. Fagundes, no outro lado da Vila
Castelo, mas que atrapalha também o pessoal que vem na direção para entrar na
própria vila, porque já tranca na entrada, e tranca, portanto, para entrar na
Av. Ignês E. Fagundes, que fica do lado oposto da Vila Castelo. Isso é uma
questão de engenharia de tráfego, já foi colocado para a EPTC. Há um desdém,
porque a EPTC diz que não vai mudar porque não precisa mudar. Bom, eu não sou
cego, ninguém é cego, qualquer pessoa que não tenha conhecimento técnico verá
que aquilo está completamente errado.
Outra questão:
o atendimento médico. Hoje, mais do que nunca, nós precisamos da atenção
básica, porque isso faz com que as pessoas não precisem ir ao Centro da Cidade,
já que temos problemas gravíssimos na Zona Sul, agora inclusive com o possível
fechamento do Hospital Parque Belém. Todas as outras questões levantadas pela
senhora têm a nossa adesão e o nosso apoio incondicional para que sejam
resolvidas. Vamos pegar as notas taquigráficas da sua fala e vamos mostrar às
autoridades públicas que não se trata de demanda desse ou daquele partido, como
acabou de dizer a Ver.ª Lourdes Sprenger, que é da base do próprio Governo.
Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Presidente, quero cumprimentar a Sra. Nidia, parabéns pela luta. Cheguei há
pouco de uma agenda fora do plenário e ouvi de vários colegas os comentários. O
meu Partido, o PSD, tem uma inserção na televisão falando sobre a comunidade
para quem esse partido veio olhar com mais carinho, mais de perto. A fala da
televisão e aqui no plenário têm que ser iguais. Tudo que vem para melhorar as
comunidades, esse partido estará sempre ajudando para que tenham lá o posto de
saúde e outras coisas que nosso País precisa. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Rodrigo
Maroni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RODRIGO MARONI: Sr.
Presidente, Sra. Nidia Maria, Presidente da Associação da Vila da Restinga, eu
tive a oportunidade de estar no evento que fez a mudança pelo Governo Fogaça e
foi comemorado pela comunidade. A senhora deve conhecer bem, eu tenho um amigo
que é além de íntimo, é uma figura da minha família, o Seu Nélson, que faz uma luta, há 40 anos, dentro da
Restinga, pelo hospital, uma luta pela comunidade. Eu tive a oportunidade de,
em dois carnavais, desfilar pela Estado Maior e pela União da Tinga. É uma
comunidade gigantesca, eu estava vendo com o Comassetto, em números, que gira
em torno de mais de 180 mil habitantes, só na Restinga. Então, seguramente,
naquele momento em que foi feita aquela mudança – eu, na época, era estagiário
–, lembro que tinha se estabelecido esse compromisso do posto de saúde. Acho
que para a Restinga, efetivamente, falta tudo; tudo que vier, não vai sobrar,
porque lá, em todos os aspectos, desde policiamento, o próprio hospital, o
posto de saúde. E não é de um governo ou de outro, não é uma crítica a um
prefeito ou outro, pelo contrário, o Fogaça, inclusive, que fez aquela
iniciativa, é um grande amigo e uma pessoa que eu tenho uma admiração grande.
Mas no sentido do cuidado com a comunidade, trazer essa pauta para cá é muito
importante, e acho que mais importante ainda é a gente conseguir fazer uma
batalha aqui dentro para dar continuidade às lutas e à necessidade que a
Restinga tem. Parabéns pela tua coragem em ficar à frente de uma entidade tão
importante, porque não é qualquer bairro, a Restinga não pode ser comparada. E
vamos em frente, o que precisarem, estaremos à disposição. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Sra. Nidia Maria Andrade de Albuquerque está com a
palavra para suas considerações finais.
A
SRA. NIDIA MARIA ANDRADE DE ALBUQUERQUE: Bem, eu gostaria de agradecer a todo aquele Vereador que
foi solidário com a minha questão e quero dizer que é bem pertinente. E isso,
gente, não falando de um problema que nós temos, há 20 anos, na Castelo, que é
a macro e microdrenagem da água que desce do morro, onde vêm todos os
cocurutos, a terra que fica no início, perto dessa sinaleira. É tanto problema
que nós temos, mas eu peneirei os problemas para poder trazer aos senhores. Eu
só gostaria que os senhores pudessem me ajudar como meus representantes, porque
este ano, como todo mundo sabe, é um ano bem difícil, e eu gostaria que a gente
tivesse atenção, que a gente pudesse contar, porque estamos, realmente, com
esses problemas. Mas o nosso maior problema é o posto de saúde, porque se um
dos senhores for com um filho para dentro daquele posto e ficar 20 minutos lá,
ele sai doente, pela corrente de vento. Onde as pessoas ficam, há intempéries,
então, o que mais me preocupa é o posto de saúde. Agradeço a vocês todos e
espero uma providência.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Agradecemos a presença do Sra. Nidia Maria
Andrade de Albuquerque, Presidente da
Associação de Moradores da Vila Restinga – Amovir.
O Ver.
Elizandro Sabino está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente,
Ver. Villela; Ver. Cassio Trogildo, colegas Vereadores, senhores e senhoras,
nós estamos aqui, mais uma vez, trazendo um tema extremamente relevante para a
Cidade de Porto Alegre, que é a Semana Municipal de Incentivo à Adoção. Hoje,
nós estamos na Segunda Semana Municipal de Incentivo à Adoção. Essa é uma lei
de minha autoria, Dia 25 de Maio é o Dia Internacional da Adoção. Podemos
destacar que o tema da adoção é extremamente importante e não deve ser debatido
apenas durante a semana alusiva à adoção. Nós temos que, efetivamente, destacar
que este assunto vem à tona e o destacamos apenas em um momento específico do nosso ano
legislativo, mas, esta Semana, ela tem a interlocução do Poder Judiciário, do
Ministério Público Estadual e, também, dos Legislativos estadual e municipal.
Trata-se de um envolvimento direto com a sociedade civil, pois se refere a
crianças e adolescentes, Ver. Tarciso, que estão na fila de espera para uma
oportunidade de viver junto a uma família.
Segundo os
dados do Cadastro Nacional de Adoção – CNA, somente no ano de 2015, cerca de
90% dos casais pretendiam adotar crianças entre zero e cinco anos na cidade de
Porto Alegre. Apenas – vejam –, apenas 4,61% das crianças aptas para adoção
estavam disponíveis e se encaixavam no perfil desses 90% de casais que queriam
adotá-las. De um total de crianças e adolescentes que aguardavam por uma
família, 67,5% tinham entre 11 e 15 anos de idade. Então, vejam que uma
relevante maioria – 67,5%, mais da metade – entre 11 e 15 anos de idade ainda
está nos abrigos, nas instituições sem ter uma família que a adote, sem ter uma
família que a acolha, sem ter uma família que a receba.
Segundo o Poder
Judiciário, a adoção de crianças com mais de cinco anos são chamadas de adoções
tardias e são raras, porque, efetivamente, elas possuem uma grande rejeição, um
grande relutar por parte de famílias que, pelo estigma social, querem uma
criança branca, de olhos azuis e loira.
Nós temos, a
partir agora de julho, o chamado apadrinhamento afetivo, em que os pais que se
habilitam podem, através de uma parceria com a ONG Amigos de Lucas, com o Poder
Judiciário e o Ministério
Público, adotar crianças com o perfil diverso daquelas que eles gostariam de
adotar, e, desta forma, desperta-lhes o sentimento, a atenção e o carinho no
que diz respeito à adoção. É nesse sentido, Sr. Presidente, que, no dia de
hoje, nós queremos enaltecer a Semana Internacional da Adoção, projeto de nossa
autoria, pelo segundo ano consecutivo. Um tema muito relevante, de grande
envergadura e importância da nossa Capital. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo assume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A
Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna não
apenas como Líder do PCdoB, mas falando em nome da direção do meu partido,
recordar alguns momentos em que subimos a esta tribuna. O que eu direi hoje,
nós estamos chamando do “mapa do crime”, do golpe à democracia, à Presidenta
eleita Dilma e ao povo brasileiro. Nós, do Partido Comunista do Brasil, temos a
convicção de que devemos exigir a prisão de Jucá e a renúncia de Temer, e
colocar, mais do nunca, nas ruas, nos grandes movimentos sociais que estão
ocorrendo no Brasil, o volta Dilma. Dilma não é criminosa, criminosos são os
que deram o golpe. Os diálogos gravados de Jucá, feitos com o ex-Presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, falam em pacto para deter o avanço da Lava Jato. Em
conversa ocorrida em março passado, o Ministro do Planejamento, Romero Jucá, já
investigado em seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal, sugeriu ao
ex-Presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que uma mudança no Governo Federal
resultaria num pacto para estancar a sangria, representada pela operação Lava
Jato, que os investiga – ambos são investigados! Gravado de forma oculta, os
diálogos entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes daquela vergonhosa
votação na Câmara Federal, que desencadeou o que eles chamam de impeachment e nós continuamos chamando
de golpe: golpe à democracia, golpe à Presidente Dilma e ao povo brasileiro.
Talvez um resumo, e neste resumo está
contido muito do que vimos dizer várias vezes nesta tribuna em nome do nosso
partido. Michel Temer articularia um grande acordo nacional com o Supremo, com
tudo, para parar a Lava Jato – eles estão dizendo entre si nesse telefonema,
nesse diálogo. A imprensa não daria sossego na cobertura da Lava Jato enquanto
Dilma não caísse. Ministros do Supremo, a maioria seria de fácil acesso para
Jucá, com poucas exceções. Forças Armadas teriam garantido a Jucá que
controlariam forças populares que se opusessem ao golpe. Sarney e Renan ajudariam
Jucá e Machado a pensar uma solução para barrar a Lava Jato, mas sem serem
vistos juntos. Eduardo Cunha, apesar de ser muito próximo a Temer, estaria
politicamente morto, portanto, não causaria problemas. Aécio Neves seria um
político cujos esquemas todo mundo conhece, o primeiro tucano a ser “comido”
pela Lava Jato – palavras dele, desse diálogo, do qual estou fazendo um resumo.
José Serra, Aloysio Nunes, Tasso Jereissati, cujas fichas já teriam caído sob o
risco de serem pegos pela Lava Jato. Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa
representariam sérios riscos por estarem dispostos a delatar os esquemas.
Isso é uma vergonha, isso é um crime. A
Nação brasileira está passando por um momento que não deve causar inveja a
nenhuma nação do mundo. Aliás, a imprensa mundial, os povos do mundo estão
estupefatos, e o povo brasileiro cada vez mais se somando pela derrubada de um
regime golpista, corrupto, corruptor. Eu não terei o tempo de que precisaria
para dizer as coisas que foram ditas. Diz Jucá: “Tem de ser impeachment, não tem saída”. Diz Machado:
“Acontece o seguinte, objetivamente falando. Com o negócio que o Supremo fez
[autorizou prisões, logo após decisões da segunda instância – lembram o Sérgio
Moro?], vai todo mundo delatar”. Por muito menos do que isso, do que esses dois
tramaram juntos com todos, inclusive com Eduardo Cunha e catrefa, Delcídio foi
preso. Nós estamos aqui para dizer que esses homens têm que ser presos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
A
SRA. JUSSARA CONY: ...que
esse é um golpe à democracia. Nós estamos aqui para dizer que este Presidente
ilegítimo tem que renunciar, colocado lá através de tramas como esta, que a
imprensa toda está divulgando. Como não tenho tempo de dizer tudo aqui, quero
chamar a atenção daquelas pessoas, dos trabalhadores, das mulheres, da
juventude, que leiam, que vão para as redes sociais, que vejam a trama golpista
e o crime contra a democracia na Nação brasileira, que agora não tem mais como
esconder. Agora não tem mais como esconder! E amanhã, em todo o Brasil,
terça-feira, estaremos, aos milhões, cada vez mais na rua, pela prisão desses
corruptos, pela saída do Temer e pela volta da Dilma para o bem da Nação
brasileira.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento):
Sr. Presidente, como estive em São Paulo, representando a Câmara de Vereadores
de Porto Alegre, no 1º Seminário Instrumentos Urbanos Inovadores, requeiro
fazer um relato de viagem, na forma que o Regimento determina.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Defiro
o Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein.
O Ver.
Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RODRIGO MARONI: Boa
tarde, Presidente Cassio Trogildo, demais Vereadores e Vereadoras, em nome do
Ver. Cecchim, meu amigo, público que nos assiste, funcionários desta Casa.
Venho aqui hoje, estou feliz, inclusive, por coincidência temos crianças aqui
que provavelmente são de alguma escola, acompanhadas das professoras – Escola
de Educação Infantil Meus Primeiros Passos –, apoiando a obrigatoriedade da
vacinação contra a paralisia infantil. Parabéns a vocês, muito legal. Queria
justamente falar de um tema que coincidiu na verdade com essa discussão. Acho
que é nesta idade que se forma o conceito, exatamente sobre esta discussão que
trago nesta tribuna. Neste final de semana, professoras, para terem uma ideia,
aconteceu, no Chile, uma tentativa de suicídio: um rapaz se jogou dentro da
jaula de dois leões num zoológico. E, na tentativa de “abater” essa situação de
suicídio, os dois leões foram mortos. Isso está em alguns noticiários, no
sábado, no dia 21, no Zoológico Nacional do Chile. Eu comento isso,
professoras, por quê? Porque nós fomos criados – eu sei que vocês também –, até
hoje tem aqui, na cidade de Sapucaia, por exemplo, como em várias cidades do
Brasil, na cultura de que a gente deveria ensinar e educar as nossas crianças a
conhecerem os animais a partir da perspectiva do Zoológico. É ou não é? Eu me
lembro o meu pai, familiares, o colégio, a primeira visita que eu fui foi no
maternal do Colégio Dom Bosco, eu tinha três anos de idade. Nunca me esqueço de
nós entrando em filinha, como vocês entraram aqui. E por que eu trago esta
discussão aqui? Eu fico feliz em ter crianças aqui para fazer esta discussão.
Porque, na verdade, sabemos que a humanidade anda para trás em muitos assuntos.
É ou não é verdade? Em vários aspectos, temos um processo de desensinamento, de
deseducação, de acabar com a sensibilidade dos seres humanos. Eu pergunto: uma
criança que vai num zoológico, vê um animal preso, restrito a um local de dois
por dois, essa criança vai aprender que o animal ali está feliz ou não? Essa
criança vai perceber que aquele animal tem um comportamento, absolutamente,
como se ele fosse de um presidiário!
Nós temos que ampliar esta discussão para
todas escolas, colégios, todos os locais pelo término dos zoológicos. Não é
possível que nós, em 2016, ainda mais agora, eu falava com o Thiago, com a Internet,
em que o indivíduo bota lá “macaquinho A”, “leão B”, “pássaro C”, os quais ele
pode conhecer por imagens e ele tem que ir para um espaço que é literalmente um
calabouço e que nós aceitamos com uma coisa boa, inclusive pagamos ingresso
para ir. O ser humano é tão burro, é tão idiotizado, é tão incapaz de ver a sua
própria ignorância, que vê no zoológico um caminho legal, uma coisa legal.
Eu estava levantando alguns aspectos aqui
que o zoológico tem fim educativo para ensinar aos visitantes o comportamento
dos animais, mas o que se aprende no zoológico, na verdade, é que o animal ali
fica privado absolutamente da sua liberdade, ele não nasceu ali. É como um
passarinho na gaiola, que eu sou contrário também, que é absolutamente infeliz.
Eu pergunto: quem gostaria de, por nada, por motivo nenhum, sem julgamento
nenhum, sem ter feito nada, parar num presídio para que uma outra espécie que
se acha superior e que acha que está na ponta da pirâmide, ir lá observar os
animais como se aquilo fosse legal. No zoológico, seguramente, isso qualquer
pessoa que o visita constata, os animais estão em estado de neurose. Quem tem
um cachorrinho em casa, eu sugiro colocá-lo dentro da varanda e criá-lo lá.
Aquele cachorrinho será feliz? Seguramente não. A gente faz um esforço para
levar o cachorrinho para passear; até gato, que é um bicho mais independente,
muitas vezes vive em apartamento, as pessoas o soltam. No zoológico, eles não
têm direito a isso, eles passam lá...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O
SR. RODRIGO MARONI: ...eles passam lá confinados 30, 40, 50, 60 anos
– confinados! – para que uma cambada de idiotas do outro lado olhe e pague por
aquilo – justamente a espécie que deu errado. Os animais são retirados da
natureza; lamentavelmente as escolas que levam deseducam as crianças com
relação à sensibilidade aos animais. Eu costumo contar um exemplo, na Quinta da
Estância – graças a Deus o Rio Grande do Sul é um dos Estados mais atrasados
nesse sentido –, tem um local em Viamão, que agora foi fechado, onde, na aula
de Biologia, o indivíduo matava um porco para mostrar onde é o fígado, o rim, o
estômago do porco. Como tu vais cobrar depois que uma criança perceba...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver.
Rodrigo Maroni.
O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu estive, no dia 6 de maio, em São Paulo,
na Câmara Municipal de Vereadores, oportunidade em que aquele legislativo
municipal promoveu, juntamente com vários secretários municipais, especialmente
de São Paulo e de Belo Horizonte, um seminário para tratar de instrumentos
urbanos inovadores na viabilização da requalificação urbana. O que é isso, meus
caros Vereadores? Em São Paulo, por exemplo, eu trouxe aqui, está sendo
realizada uma operação urbana consorciada dos bairros Tamanduateí, é a Lei
Municipal nº 723, de 2015. Em Belo Horizonte, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
já, há alguns anos, a Prefeitura Municipal
leva a cabo pequenas operações urbanas, que não se chamam operações urbanas
consorciadas, porque a operação urbana consorciada é uma figura que está no
Estatuto das Cidades, que tem uma série de características e tem uma governança
toda própria, portanto ela é mais complexa de ser colocada em pé. Por exemplo,
em Porto Alegre, nós aprovamos aqui na Câmara a operação urbana consorciada da
Lomba do Pinheiro e, infelizmente, até hoje, não conseguimos colocá-la em pé
dada a complexidade desses instrumentos. Tem toda uma questão de participação
social e uma série de outros instrumentos que tornam mais difíceis essas
figuras de serem implementadas.
Mas, em Belo Horizonte, e isso é bastante
interessante, a Prefeitura desenvolveu um projeto que se chama Projeto de
Intervenção Urbana Simplificado. Naquilo que o Arq. Jaime Lerner definiu, elas
são pequenas operações de acupuntura urbana. Então, nós pegamos uma determinada
região da Cidade – vamos pegar o bairro Rubem Berta e adjacências –, criamos
naquela região uma delimitação geográfica, damos incentivos de várias formas
àquela região para estimular o adensamento e, daí, obter os recursos que possam
ser destinados, por exemplo, para abertura e alargamento de ruas, construção de
praças, implantação de equipamentos urbanos coletivos, hospitais e postos de
saúde. O dinheiro que é gerado na construção civil, no adensamento ou na
requalificação de um determinado bairro fica carimbado naquele determinado
bairro da Cidade. Eu diria que é a melhor forma que temos de enfrentar os
problemas, que são os problemas notórios de todas as cidades. Aqui em Porto
Alegre, nós, infelizmente, não temos praticado dessa forma, por um lado, pela
desestruturação da própria Secretaria de Urbanismo – fui Secretário até há
pouco e posso, infelizmente, dar esse testemunho –, nós tivemos que repor a
capacidade reativa da Secretaria, que é aquela de licenciar, mas ainda estamos
muito aquém na capacidade de planejamento. Ver. Mauro Pinheiro, estivemos
juntos em Barcelona, agora estamos fazendo o primeiro esforço nesse sentido,
que é projeto do 4º Distrito, mas há muito por ser feito. E é exatamente para
isso que eu fui lá, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para colher essas
experiências da maior cidade brasileira dessa megalópole, que é São Paulo, e de
uma cidade que, sob todos os aspectos, também se parece muito com Porto Alegre,
que é Belo Horizonte, e que tem problemas bastante similares aos nossos e que
já encontrou essas soluções.
Então, são insumos e informações que
trago a esta Câmara de Vereadores, que coloco, Sr. Presidente, à disposição.
Vou encaminhar esse material à nossa escola do Legislativo, para que fique à
disposição de todos os Vereadores na nossa Biblioteca, especialmente esse
projeto do Tamanduateí, lá de São Paulo, da operação urbana consorciada, e esses
outros de Belo Horizonte, que também me parecem muito interessantes e que, de
novo, eu expresso aqui o desejo de que nós, no futuro, possamos aplicar, Ver.ª
Lourdes, em Porto Alegre, pegar pequenas regiões e fazer isso, essas operações
urbanas simplificadas, como forma, Ver. João Bosco Vaz, de melhorar essas
regiões, sua infraestrutura, quem sabe investir numa escola, na requalificação
de uma escola, fazer uma escola de turno integral, quem sabe, um melhor posto
de saúde. Apropriar, Ver. Villela, esses recursos da construção civil, dos
índices que, eventualmente, sejam dados para um determinado bairro, para que
fiquem, não no caixa único dos governos, como às vezes acontece, depois, se
perdem em questões salariais e outras, mas que fiquem especificamente
carimbados para serem reinvestidos e reaplicados na própria Cidade.
Era isso, Sr.
Presidente, eu agradeço muito a oportunidade de ter ido lá e de agregar mais
esses conhecimentos ao mandato, os quais quero aqui compartilhar com os Srs.
Vereadores e as Sras. Vereadoras. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos ao
A Ver.ª Lourdes
Sprenger está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Mauro Pinheiro.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, inicialmente, agradeço ao meu colega, Ver.
Mauro Pinheiro, por me ceder seu tempo de Grande Expediente. Eu trago aqui
neste período o relato de um evento nacional que nós realizamos aqui neste
plenário, no sábado, que é o 2.º Encontro de Ações Públicas e a Causa Animal,
edição nacional; o primeiro foi realizado em 2013, com o apoio da FUG, que vem
abraçando a causa animal também. No encerramento desse evento, nós aprovamos um
manifesto de Porto Alegre, chamado Avança Brasil para Ações Públicas da Causa
Animal, que diz: Nós, participantes do 2.º Encontro de Ações Públicas e a Causa
Animal, edição nacional, conscientes de que é relevante a defesa da vida animal
diante da experiência que acumulamos por mais de uma década nas lutas e nos ativismos em prol dos
animais, propomos: ao Congresso Nacional, que aprove com celeridade projetos de
lei que tramitam relativamente ao aumento das penalidades dos crimes de
abandono e maus-tratos aos animais, tipificando-os [como tenho defendido]. Ao
Código Nacional de Defesa e Proteção dos Animais, reconhecendo animais como
sujeitos de direito, como defendeu aqui a Dra. Fabiana de Araújo Ribeiro. Ao
Poder Executivo, no âmbito da União, Estado e Municípios, que recomponham os
passivos ambientais por projetos de apoio, defesa e proteção dos animais, como
bem disse aqui o Major Rodrigo Gonçalves. Que implante com urgência políticas
públicas de defesa dos animais, seja por recursos orçamentários próprios ou por
parceria público-privada, inclusive atrás de regulamentação por decretos ou
atos normativos, como defendeu a Dra. Claudia Costa. Fim do extermínio de
animais nos Centros de Zoonoses do País ou em canis públicos e privados, como
defendeu a Dra. Carla Molento. Que se intensifiquem as fiscalizações aos
maus-tratos e abandono de animais, como disse a Dra. Waleska Cavalheiro. Que
execute planos de gerenciamento de controle populacional de animais domésticos
com verbas orçamentárias ou com incentivos tributários para a realização de
esterilização de baixo custo ou gratuitas, como defendeu aqui o Deputado
Gabriel Souza, veterinário. Que fomentem nossas iniciativas em substituição ao
uso de animais no ensino e testes, como defendeu a Dra. Fernanda Cunha Martins.
Ao Tribunal de Contas, Ministério Público Federal, Estaduais, que fiscalizem a
execução orçamentária da União, Estados e Municípios destinados a ações
públicas em prol dos animais, inclusive com relação à eficiência e eficácia dos
compromissos assumidos, como salientou aqui o Dr. Daniel Martini, do Ministério
Público. Que o Ministério da Saúde altere a Portaria nº 1.138, incluindo ações,
atividades, estratégias de controle da população animal, como bem disse a Dra.
Bárbara Stenzel. Que os Estados implantem Delegacias de Defesa dos Animais,
como defende a Dra. Waleska Cavalheiro. Que os Municípios realizem
identificação de caninos, felinos e equinos e criem cadastros informatizados de
animais domésticos, como defendeu o Dr. Valério Ouriques. Que os Municípios
incentivem a criação de Conselhos Municipais dos Direitos Animais como defendeu a Dra. Márcia
Simch. Que os Municípios estabeleçam centros veterinários gratuitos para
animais em situação de risco, como tem defendido o Dr. João Alberto. Que a
Secretaria de Educação inclua, no currículo escolar, a defesa e ética animal,
adoção consciente e guarda responsável, como bem disse a Dra. Vânia Nunes. Que
as unidades de ensino não realizem experiências – vivissecção – ou testes de
habilidades cognitivas com animais, como defende a Dra. Rita de Cássia, e que
as faculdades de Medicina Veterinária realizem programas de controle populacional
em comunidades com vulnerabilidade social, como diz a Dra. Elisiane Silva. Que
seja proibida a caça esportiva, o comércio doméstico em pet shops, o comércio de
animais silvestres e o uso de animais para entretenimento; o fim do zoológico
como entretenimento público. Que o Contran e Detran normatizem a
obrigatoriedade de curso de boas práticas e bem-estar animal para condutores de
cargas vivas, como defendeu a Dra. Charli Ludtke, do Ministério da Agricultura.
A obrigatoriedade de médicos veterinários e responsáveis técnicos pelo
bem-estar em abatedouros. Esse é o nosso manifesto, elaborado a partir da
brilhante participação de nossos painelistas. E ainda quero agradecer pelo
empenho da Dra. Vânia Nunes em realizar a videoconferência devido a sua impossibilidade
de vir prestigiar o evento. Quero agradecer também às ONGs que nos
prestigiaram: Bicho de Rua; Gatos & Amigos; MDA; Vanguarda Abolicionista;
Fundação Bichoterapia; Caravana dos Peludos, da Ver.ª Tetela; Socipa, de
Gustavo Baldissera; Nova Santa Rita, de Débora Silva; Comitiva de Protetores de
Igrejinha; ONG OPA; Projeto Castração de Animais Domésticos; ONG Consciência
Animal; ONG Amigo Bicho; ONG Porto Alegre Melhor; ONG Arca dos Bichos;
Associação de Defesa da Vida; ASPAG; ONG A4; A Arca; Frente Parlamentar
Regional para Proteção do Bem-Estar Animal, de Farroupilha; Associação de
Defesa de Animais, de Quintão; Representantes da Secretaria Estadual de
Cultura. Por fim, quero agradecer aos meus parceiros de luta da FUG RS, ao João
Alberto, à Gerente Nacional de Projetos, Eliziane Silva, e ao meu parceiro
médico veterinário Dep. Gabriel Souza. Convido ainda protetores, apoiadores da
causa para acompanhar amanhã, na Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa,
a votação da consolidação da legislação estadual de proteção dos animais.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) É um prazer poder fazer um aparte
na fala de Vossa Excelência. Fico muito emocionado, nesta minha volta à Câmara,
ao encontrá-la como Vereadora, porque, quando eu iniciei aqui, nos meus dois
primeiros mandatos, um conjunto de atividades em defesa do bem-estar animal, V.
Exa. sempre estava presente, junto com outras pessoas que fazem este trabalho
de defesa e proteção dos animais. Ouvindo atentamente a sua fala, me chama a
atenção que o Ministério Público não tenha pautado a sua própria condição de,
inclusive, cobrar algumas coisas que estão lá na Lei nº 9.605/98. Eu acho que
nós temos que ser mais efetivos naquilo que já existe, sem descuidarmos das
proposições que foram feitas de nova legislação. E me preocupa muito a questão
que foi colocada sobre a possibilidade de benefícios fiscais. Estamos sabendo
que estão cortando benefícios sociais de coisas historicamente dadas, e,
portanto, eu não gostaria que criássemos ilusões. Acho que temos que cobrar
aquilo que é justo, que é necessário. Tem que ter Orçamento para todas as
questões das cidades e para a nossa de um modo especial. Então, nós queremos
nos somar à sua preocupação, pontuando esses elementos que eu acho que são
fundamentais para podermos trabalhar em cima daquilo que é viável, exequível, e
sou parceiro novamente nesta sua caminhada. Obrigado.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Fazendo também
uma parada no meu pronunciamento, é recíproca a nossa amizade. Quando não se
falava ainda em animais, o Ver. Adeli estava conosco no Fórum do Bem-Estar
Animal. Então, este é um manifesto aprovado, que não posso alterar. Vai ser
encaminhado aos órgãos respectivos, ao Congresso Nacional.
Também quero
falar sobre a votação da consolidação da legislação estadual, que são as leis
pendentes. Elas estavam aprovadas, mas não têm a regulamentação, e nós
participamos deste projeto, que amanhã vai à votação na Assembleia. Queremos
dizer que é importante que possamos regulamentar, estabelecer quais os órgãos
competentes responsáveis pela fiscalização, por exemplo, cães de aluguel, que tem lei e não está
regulamentada; obrigatoriedade da microchipagem na comercialização de cães e
gatos, que também não está regulamentada; esterilização comunitária de animais;
e outras leis que estão nesse projeto, consolidando – não é alterando, é
consolidando o que existe. Não dá para adiar a fiscalização de maus tratos, em
nome das vaidades. Os animais necessitam de seus direitos já garantidos, que sejam
respeitados, sem adiamentos. Aguardar pretensos projetos, elaboração e
aprovação de novas legislações, isso passa para depois. Consolidou, aprovou,
regulamentou, aí se faz o projeto, se for necessário, tramitando nas comissões
permanentes. Vamos utilizar o que já está aprovado, porque a causa animal tem
que ser uma bandeira séria, sem holofotes, sem estrelismo e com verdade. Eu
agradeço, mais uma vez, pela cedência de tempo, ao Ver. Mauro Pinheiro, e quero
complementar, Ver. Valter Nagelstein, ainda, referindo que eu apresentei aqui
um projeto para dar transparência à aplicação das medidas compensatórias, de
acordo com o local onde foi feito o empreendimento, que a comunidade tivesse
acesso, via site da Prefeitura. Pois
o meu projeto não passou, não foi aprovado aqui. Então, essa é uma preocupação,
e um projeto dessa forma como o Ver. Valter Nagelstein falou é muito bem-vindo
em Porto Alegre, porque não precisamos estar pedindo 40, 50 cópias de páginas
para saber o que aconteceu na região onde saiu o empreendimento.
A
Sra. Sofia Cavedon: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Lourdes Sprenger,
quero parabenizar V. Exa. Nós apoiamos integralmente o seu projeto de lei, não
conseguimos compreender qual é a dificuldade de ter transparência na construção
das medidas compensatórias e mitigadoras. Na minha região, no bairro
Petrópolis, nós estamos enxergando intervenções na rua, em pracinhas, em meio
de mato, em função daqueles prédios grandes que estão lá, enquanto a comunidade
tem outras demandas, e não há jeito dessa caixa fechada hermeticamente se
abrir. Então, estamos junto com V. Exa. para que a cidade de Porto Alegre tenha
transparência. Porque, afinal, é riqueza. A contrapartida de empreendimentos é
riqueza da cidade e tem que atender aos interesses coletivos, principalmente a
participação direta, o Orçamento Participativo. Obrigada.
A
SRA. LOURDES SPRENGER:
Muito obrigada, Ver.ª Sofia Cavedon. Inclusive, na época que eu apresentei o
projeto, mencionei que hoje tem a lei da transparência e nós temos prazo. Vai
dar muito mais trabalho para o Executivo fornecer todas essas cópias quando se
fizer o pedido porque tem prazo, o gestor público tem prazo e a lei de
transparência é muito severa, tem o prazo para dar o retorno à solicitação tanto
da população quanto dos parlamentares. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O
Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Mauro Zacher.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, companheiros rotarianos que
aqui estão, o Governador do Rotary, Ingo, seja bem-vindo. Eu acho que a Câmara
de Vereadores, a Assembleia, a Câmara de Deputados, o Senado são lugares de
parlamentar, de falar, de denunciar, de ajudar, de sugerir e até mesmo de se
vingar, Ver.ª Jussara Cony. Quando lhe ouvi, agora há pouco, eu senti um ar de
quase vingança, porque os seus companheiros do Governo atual, do PT, que
afundaram o Brasil, que estão presos, e o seu partido, o PCdoB, provavelmente,
é o Partido que provavelmente mais tenha ganho dinheiro para as ONGs que lhe
pertencem...
(Aparte antirregimental da Ver.ª Jussara
Cony.)
O
SR. IDENIR CECCHIM: Tem.
Tem ONG, sim! Aquela senhora lá de São Paulo cansou de dar entrevista, e não
sabe falar o português direito, mas soube pegar quase R$ 300 milhões do
Ministério do Esporte. O seu ministro foi afastado do Governo da Presidente
Dilma, Orlando Silva, ou a senhora esqueceu? Por que foi afastado? Eu não
preciso explicar, a senhora explique numa próxima oportunidade. Então a senhora
vir aqui falar de golpista, golpista... Por que a senhora não fala do Governo
da Venezuela, que a senhora defende? Por que a senhora não fala do Governo da
Coreia do Norte, que a senhora defende – vergonhosamente, defende o maior
tirano deste planeta! Nisso a senhora não fala. Ou porque tem vergonha, ou
porque não quer falar. Então eu acho que nós temos aqui que começar a dar nome
aos bois, porque é muito fácil chegar aqui e falar: golpista, golpista! Não é
golpista, não! A Presidente Dilma caiu, não volta mais, sem chance. Eu vi
ontem, lá em São Paulo, até as 5h da tarde, na hora do piquenique, tinha
bastante gente lá por perto da casa do Temer. Quando chegou a noite, sobraram
25, que provavelmente ganharam hora extra para ficar lá perto, receberam, em
vez de sanduíche de mortadela, um bauru quente para ficar durante a noite. É
isso o que está acontecendo no Brasil: os pagos ou mais ou menos pagos vão para
as ruas, mas não vão de graça. Mas vão defender o quê? Vão defender um governo
que causou 12 milhões de desempregados? É isso o que estão defendendo? Vão
defender um governo que quebrou a Petrobrás? É isso que estão indo para a rua?
Vão defender um governo que quebrou os Correios, a instituição de maior
credibilidade que tínhamos? Conseguiram quebrar os Correios! É isso o que estão
defendendo? Ou por acaso estão defendendo esse Partido que quebrou os fundos de
pensão do Banco do Brasil, da Petrobrás, um fundo que é dos funcionários. Não
satisfeito em quebrar empresas, o PT quebrou os fundos dos funcionários. Os
funcionários dos Correios estão tendo que, todo o mês, colocar dinheiro para
restabelecer o fundo que o PT quebrou. Quebrou como? Quebrou porque desviou
dinheiro para o poder. Agora, prender, tem que prender todos, Ver. João Bosco.
Eu não vou defender nenhum que seja denunciado, Ver.ª Jussara Cony. Quando
vocês eram amiguinhos do Cunha, V. Exa., o PT, que achavam que Cunha ia ajudar
a Dilma, eu vim aqui na tribuna e pedi a expulsão do Cunha do PMDB, fui o
primeiro, antes que vocês falassem. Pedi e vou continuar pedindo, vou ser
coerente. Se é julgado, se é culpado, tem que sair. E certamente eu não vou
ficar de punho fechado festejando um cara indo para a cadeia como vocês fizeram
com o Zé Dirceu e outros cadeieiros contumazes. Eu não vou defender e não vou
ficar de punho cerrado fazendo vibrações para eles. Não vou fazer vaquinha para
pagar advogado de um corrupto que levou R$ 50 milhões, como José Dirceu e
tantos outros que estão lá presos. Eu não vou fazer isso. Eu acho que todos nós
temos que falar de quem tem culpa no cartório. Tem que falar e tem que cobrar,
agora, esquecer dos que estão presos e do que fizeram contra o Brasil, contra
os brasileiros, contra aqueles que tinham empregos e que foram iludidos por
este Governo, as empresas que faliram e estão falindo todos os dias, por um
governo que levava dinheiro para tudo que era lado, dinheiro do
BNDS, ao invés de ajudar as empresas aqui no Brasil, iam fazer porto em Cuba,
na África, na Venezuela, no Equador, junto com o amiguinho do Lula, ou com os
amiguinhos das construtoras. Enchiam um avião, e, durante a viagem daqui até o
Equador, o Lula fazia palestras por US$ 300, US$ 400 mil. Isso não era
palestra, era propina pura, dentro de um avião, junto com os empreiteiros,
alguns estão presos, e outros estão delatando. Eu acho que a senhora vai
conseguir fazer companhia para o Jucá, se a senhora quiser, junto com o Lula e
mais alguns. Tem que pegar todos, tem que julgar. Se eu fosse o Presidente Temer,
eu pediria investigação para todos os Ministros, que está ou não indiciado. De
todos os companheirinhos
que faziam parte do Governo Dilma, que estão agora no Governo de novo, e
aqueles que podem “ter culpa no cartório”. E são muitos! São muitos que precisam
ter a vida regrada, Ver. Villela. Regrar a vida desses cidadãos. Eles acham que
podem tudo, mas não podem! Então, nós temos que colocar regras, se eles não
sabem que não se pode roubar. É uma das primeiras coisas, está até nos Dez
Mandamentos: “Não roubar”. Eu acho que esses seus companheiros vão todos para o
inferno, Ver.ª Cony, porque eles cometeram um pecado grave, roubaram dos
pobres, roubaram de todo mundo, acabaram com as finanças brasileiras.
Mas eu quero
fazer aqui neste Grande Expediente um elogio à Brigada Militar e à Polícia
Civil do Rio Grande do Sul, que nas últimas semanas estão enfrentando os
bandidos, como têm que ser enfrentados. Bandido que dá tiro em policial e
brigadiano tem que ser contido. E a Brigada Militar e a Polícia Civil estão
fazendo o trabalho bem como manda a sua função: defender a sociedade. Para
defender os bandidos, deixem que alguns Vereadores e algumas Vereadoras o
façam. Nós temos aqui gente que defende bandido, mas eu prefiro ficar do lado
da Brigada Militar e da Polícia Civil, de quem defende o cidadão de bem. E eu
vou continuar fazendo essa defesa, a defesa do cidadão de bem. Isso não quer
dizer que se tenha que sair
matando, não! Ontem, Ver. Adeli, morreu um jovem jogando bola, recebeu um tiro
vindo de dois bandos que estavam fazendo disputa de território. E aí? Como nós
vamos conter isso?
O
Sr. Adeli Sell: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não posso acreditar que alguém
defenda bandido, até porque as pessoas que têm um pouco de sensibilidade estão
vendo, em Porto Alegre, o acréscimo da violência, muitas balas perdidas, muitas
pessoas inocentes morreram nos últimos dias, há inclusive confrontos, e a gente
vê que essa onda cresce estrondosamente em Porto Alegre. No Estado também temos
graves problemas, a gente vê também coisas em outros lugares, mas aqui há um
incremento. V. Exa. sabe muito bem o quanto é importante a gente trabalhar
alguns temas para que não se chegue à violência, como, por exemplo, coibir os
desmanches. Vossa Excelência foi o Secretário que aplicou, pela primeira vez,
uma lei, de nossa autoria, que caça o alvará. Louvo sua atitude em relação a
isso, me esmerei para chegar a essa lei, para a gente não chegar á violência,
porque, se não houvesse a venda de peças de carros roubados, se não houvesse a
receptação dos telefones celulares no Centro... Então, quem compra o telefone
também colabora com a violência. Creio que há muita tensão, ultimamente, aqui
no plenário, na Cidade, o velho gre-nal político-partidário, creio que agora é
o momento de uma grande cruzada, em Porto Alegre, pela paz, por atitudes. Eu
sempre digo para o Secretário da SMOV que acabar com um ponto de luz apagado,
colocando uma nova lâmpada, é um ato de segurança, e assim eu espero que nós
possamos caminhar juntos.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado,
Ver. Adeli, V.Exa., realmente, tem uma visão mais ampla e importante.
Referindo-se aos desmanches, particularmente, acho que acerta a Polícia Civil,
o atual Chefe da Polícia, o Delegado Emerson, está fazendo o trabalho certo,
muitos desmanches já foram fechados e as suas mercadorias levadas para
destruição na Siderúrgica Riograndense. Eu acho que temos que fazer isso mesmo,
e temos que pedir para as seguradoras não quererem economizar dinheiro mandando
as oficinas comprarem as peças nos desmanches. Se é perda total, que se dê
perda total para o veículo e que se faça desmanchar na Siderúrgica também,
afinal de contas, já ganharam o premio para segurar esse carro. Acho que temos
muito o que fazer pela segurança, não é só colocar brigadiano e polícia na rua,
há muitas atitudes que se pode ter com inteligência e com um braço diferente,
um braço invisível que ataque esses bandidos que nos dão tanta insegurança, que
nos dão tanto trabalho, que tiram tantas vidas inocentes. Eu quero dizer aqui
que a Brigada Militar, que a Polícia Civil continuem fazendo esse trabalho e
que se faça administrativamente, como V. Exa. disse aqui, Ver. Adeli, esse
cerco aos desmanches e às empresas-fantasmas que surgem de uma hora para outra
para vender aquilo que custou, muitas vezes, uma vida; um carro roubado ou
outro carro roubado, logo vem alguém que morreu por culpa desses latrocínios,
por culpa desses bandidos que não têm piedade, que não têm dó, que não têm
alma. Desses nós temos que deixar a polícia cuidar. Nós não podemos reagir
sozinhos, nós não temos treinamento, mas estou contente que a Polícia está
fazendo o seu trabalho, está fazendo o que tem que fazer, que é combater os
bandidos onde quer que eles estejam, roubando carro, assaltando, levando celular,
seja o que for, bandido tem que ser combatido em todos os lugares; ladrão é
ladrão, aqui, no Congresso Nacional ou no governo do PT. Quem desviou é ladrão
e tem que ser preso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo):
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Para
quem ainda não compreendeu, eu vou citar aqui trechos das gravações que
apareceram hoje, mas também vamos projetar aqui na tela, porque quem o escuta,
Ver. Cecchim, parece que V. Exa. não é do PMDB, cujo Presidente atual, Romero
Jucá, Ministro do Planejamento do golpista Temer, não foi flagrado nas
gravações que apareceram hoje somente, gravações de janeiro deste ano, antes
daquela fatídica reunião que acolheu o impeachment
e afastou a Presidente Dilma. Ora, senhores, aqui não se trata de quem é um
corrupto ou outro corrupto! Aqui se trata de um diálogo entre delinquentes que
conversam sobre como se livrar da cadeia, como se livrar da prisão, como cessar
as investigações que chegariam em todos os seus líderes, líderes do PMDB e
líderes do PSDB – os dois partidos que armaram o golpe. E essa gravação,
senhores, demonstra que eles chegam à conclusão que têm que tirar a Dilma para
poder segurar a Lava Jato, e a única saída é fazer o impeachment da Presidente, porque a Presidente não negocia, porque
a Presidente empoderou as instituições. Pasmem, senhores: Sérgio Machado,
ex-Presidente da Transpetro, uma empresa transportadora da Petrobras, é o
operador do PMDB nas propinas, na corrupção vinculada à Lava Jato e à
Petrobras. Vou ler trechos da conversa entre ele e o Senador Romero Jucá.
(Procede-se à apresentação em
PowerPoint.).
A SRA. SOFIA CAVEDON: A conversa vai se
desenrolando e, lá pelas tantas, o Machado afirma: “É um acordo botar o Michel
Temer, um grande acordo nacional”. Romero Jucá, Presidente do PMDB, diz: “Com o
Supremo, com tudo”. Machado: “Com tudo, aí parava tudo”. Jucá: “É. Delimitava
onde está e pronto”. Onde está o quê? A operação Lava Jato. Isso é gravíssimo!
Machado ainda diz: “Isso é pra evitar pegar todo mundo. E o PSDB não sei se
caiu a ficha já”. Romero Jucá, Senador, atual Ministro, que não sei como não
está preso e afastado, diz: “Caiu. Todos eles: Aloysio Nunes, senador, José
Serra, ministro, Aécio Neves, senador”. Machado pergunta: “Caiu a ficha do
Tasso Jereissati também?” Jucá responde: “Caiu, todo mundo na bandeja para ser
comido”.
Ou seja, operaram também salvar Aécio
Neves, candidato que concorreu com a Presidente, que perdeu e que, a partir do
dia seguinte, passou a inviabilizar o Governo Dilma, que enfrentava uma crise
internacional, e ele, no fim, com a aliança do PMDB, inviabiliza o Governo.
Estão preocupados esses delinquentes com o futuro do País? Não! Estão
preocupados com o enfrentamento da crise internacional? Não! Estão preocupados
em salvar os seus, todos os seus da Lava Jato. Lá pelas tantas, eles falam
sobre essa coisa de prender no 2º turno, sobre ter delação premiada, vai ser a
Odebrecht, a Queiroz Galvão, etc., etc., e eles chegam à conclusão que é
necessário fazer o impeachment da
Dilma para barrar a Lava Jato.
Senhores, há
algo muito grave nessas revelações do dia de hoje! Primeiro, minha
solidariedade total ao PCdoB, porque não tem ninguém envolvido na Lava Jato! Aliás,
é bom lembrar que o PMDB, do Cecchim, que está aqui armando o golpe para salvar
os seus, e o PSDB, há 105 condenados na Lava Jato! Dois apenas têm relação com
o PT! Então, Ver. Cecchim, o senhor coloque na verdadeira dimensão, porque essa
armação que foi feita para prejudicar o País, para colocá-lo nessa crise é
criminosa, porque é para salvar os seus patrimônios corruptos!
Vou encaminhar
a fala da liderança do PT perguntando o que os advogados da AGU da Presidente
Dilma querem saber: Desde quando Janot e Sérgio Moro sabiam dessas gravações?
Se foi em março, antes do impeachment,
isso certamente o teria barrado; e uma parte do povo brasileiro se iludiu que
era para tirar os corruptos! Não, senhores, a farsa hoje está em todos os
jornais! Era para barrar a Lava Jato, para parar as investigações, era para
calar a Polícia Federal, calar o Supremo Tribunal Federal! O que é lamentável!
Espero que se faça justiça imediatamente, porque os corruptores não seguirão...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Cel. Mauro
Costa Rodrigues, um dos criadores do Projeto Rondon e o criador, como
Secretário de Educação do Estado, do atual Plano de Carreira do Magistério.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento da Sra.
Elizabeth Dri, esposa do Sr. Milton Dri, do Rotary Club.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do grande jornalista e radialista, Enio
Rockenbach.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento da Sra. Leonilda
Francisca Fagundes, mãe do nosso colega, Ver. Marcelo Sgarbossa.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Defiro os
pedidos.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a mim, Jussara Cony, e ao
PCdoB, não é o ódio que nos move. A nós, nos move a política, a luta política,
o embate político. Ver. Cecchim, do PMDB, eu me dirijo a V. Exa. com o respeito
que sempre tenho por todos os Vereadores e Vereadoras, por todos aqueles que
democraticamente são eleitos, desde um vereador até uma presidenta da
República. Vereador, as suas tergiversações sobre o que está acontecendo nos
preocupam. O senhor não tem que tergiversar, o senhor não tem que atacar para
deixar de se explicar. O senhor tem é que explicar o golpe tramado pelo seu
partido e alguns aliados; tem que se explicar sobre o que está acontecendo no
Brasil com esse golpe. Em respeito aos meus colegas de oposição que me cederam
o tempo, PT e PSOL, porque nós nos aliamos em luta pela democracia, há algumas
questões que eu não vou poder lhe responder aqui, neste momento, porque estou
em tempo de oposição. Só é preciso que o senhor, Ver. Idenir Cecchim, venha aqui explicar
o diálogo dos seus correligionários. É difícil defender o indefensável! É muito
difícil. Quero lhe dizer que a política revolucionária e internacionalista do
PCdoB é do PCdoB, e nós sabemos por que fazemos isso em apoio aos povos em
luta. Quero lhe dizer e mostrar, Vereador, aqui nesta Câmara... O senhor veio
aqui atacar o Ministro Orlando Silva, que, aliás, tem uma história belíssima:
foi Presidente da UNE, é um homem de luta. A inocência de Orlando Silva teve
apenas 28 segundos no Jornal Nacional, por isso que o senhor talvez não saiba,
talvez não estivesse assistindo à Globo naquele momento, à mídia golpista que
dá o tom, inclusive, para o seu partido. O mais importante da grande
programação, quase oito meses depois de destruir a reputação do nosso
companheiro e camarada Orlando Silva, ex-Ministro do Esporte, finalmente, a
mídia teve que divulgar a verdade. Foram quatro minutos e tantos segundos para
dizer a mentira e 28 segundos para dizer a verdade. Mas o PCdoB não pauta a
mídia golpista. O PCdoB pauta a luta e, hoje, principalmente, a luta por
democracia. O senhor tem que parar de tergiversar e de vir aqui ofender, nos
chamar a atenção pela política do nosso partido. A política do nosso partido é
nossa! E nós sabemos a quem devemos apoiar, seja no Brasil, seja no mundo
inteiro! O senhor não sabe o que é luta revolucionária, o senhor não sabe o que
são povos em luta. O senhor não está sabendo ou não quer saber o que está
acontecendo na Nação brasileira. Pois eu vou lhe avivar a memória, Vereador,
venha para cá responder! Jucá é seu? Você tem que ver com o seu advogado como é
que a gente pode ajudar, tem que ser política! Advogado não encontra. Se é
político como é a política, tem que resolver essa “porra”! E eu vou dizer com
todas as letras: Jucá, seu Presidente, tem que resolver essa “porra”! Tem que
mudar o Governo para poder estancar a sangria. Machado, capaz, a solução mais
fácil era colocar o Michel. Machado é um acordo! Botaram o Michel num grande
acordo nacional. Jucá com o Supremo e tudo! O Supremo está envolvido nisso! É
isso que o senhor tem que vir aqui explicar. Atacar o PCdoB, se flagre,
Vereador! O PCdoB tem 94 anos de luta de homens e mulheres. O PCdoB não tem uma
denúncia sequer na Lava Jato! O PCdoB tem as alianças estratégicas necessárias
para o País avançar.
Então,
Vereador, se acalme, se acalme para vir aqui a esta tribuna dizer as coisas que
o senhor disse e atacar o PCdoB. Nós temos 94 anos, Vereador, sempre
respeitamos todos! Sabemos o que é ditadura, e como! Sabemos o fim e o cabo
deste Governo, que, inclusive, Vereador, o senhor vai ter que explicar, porque
o Jucá disse que já conversou até com os militares: “Conversei ontem com alguns
Ministros do Supremo, conversei com os militares...” E por aí se vai, Vereador.
O que é que querem? Uma nova ditadura na Nação brasileira? Posso lhe dizer,
Vereador, com todo o respeito: a nós, comunistas, os ataques daqueles...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
A
SRA. JUSSARA CONY: ..na luta política, no embate hoje desta Nação,
que tem dois lados, e não fomos nós que produzimos isso. Com todo o respeito,
na luta política, nós estaremos sempre ao lado da democracia, porque nós
sabemos melhor do que ninguém... Nós temos os mortos do Araguaia, nós temos os
mortos das ruas...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acho que é muito bom saber que a imprensa
continua difamando as pessoas, porque, várias vezes aqui, quando deflagramos o processo do impeachment não por golpe, mas por
querer que as coisas prometidas fossem cumpridas, por querer estancar os 11
milhões de desempregados, por querer ver uma política de geração de emprego e
renda, por querer o fortalecimento da indústria nacional, por querer ver os
banqueiros pararem de ser beneficiados, por querer ver as promessas de campanha
sendo cumpridas, por não ver mais o fim do seguro-desemprego. Por isso nós
fomos o primeiro partido a defender o impeachment,
e continuaremos a defender se continuar essa política que está no Governo. Nós
não temos bandidos de estimação. Agora, vimos, várias vezes, o presidente do
nosso partido ser atacado. Várias vezes, quando crescia a questão do impeachment, requentavam matérias,
inclusive que nós tínhamos o poder de fraudar o BNDES. Eu fui membro do
Conselho de Administração do BNDES e sei como é que funciona o BNDES. Quem tem
poder no BNDES é o seu Presidente e o Presidente do Conselho de Administração,
do contrário, ninguém mais tem poder lá dentro. O Presidente da administração
do BNDES é o Presidente da República, é a pessoa que manda; e o Presidente do
BNDES é indicado pelo Presidente da República. Então, não são os conselheiros
que mandam no BNDES, não são as pessoas que vão lá pedir que a empresa tenha
uma contrapartida, mas nós fomos acusados e seguimos a vida. Agora, nós estamos
convictos de que ninguém vai parar a Lava Jato, seja do governo A, seja do
governo B, até porque o governo A e B estavam juntos, até anteontem. Um era
Presidente e outro era Vice-Presidente, estavam na mesma cédula, por duas eleições,
e agora o povo vê os dois de digladiando, os dois se acusando, os dois num
palco, numa arena se digladiando, como se via na Roma antiga. Os senadores
vendo os seus gladiadores se digladiando.
Mas o que nós queremos é ver este País
crescer e se desenvolver, por isso que já estamos até começando a defender
eleições gerais, porque nós não vamos admitir que a Lava Jato pare, em hipótese
alguma. Seja qual for o governo, as investigações da Lava Jato, como as
investigações da Zelotes, como todas as investigações de corrupção, neste
Brasil, têm que seguir avante, doa a quem doer, seja qual for o bandido. Volto
a afirmar que nós não temos bandido de estimação, nós não defendemos bandido
nenhum. Se desviou dinheiro, que era para ir para a educação, para a saúde,
para a infraestrutura, para o desenvolvimento deste País, tem que pagar, não
interessa quem seja. Tem que pagar! Por isso nós fomos a favor do impeachment, e nós, em nenhum momento,
vamos admitir que as investigações neste País parem. Se roubou, tem que dar
esclarecimento, se roubou, tem que pagar, seja quem for; inclusive o Presidente
da República, o Presidente do Congresso, da Câmara, do Senado; seja quem for,
tem que pagar. Então não vai ser declaração de Ministro, não vai ser declaração
de Presidente da República, de ex-Presidente da República que vão parar o povo
nas ruas. O povo vai continuar atento, o povo vai continuar nas ruas, nas
portas de fábrica, nos canteiros de obra exigindo que os processos que
dilapidaram a Pátria, os processos que tiraram dinheiro que seria para ser
investido no povo brasileiro sejam devolvidos, sejam ressarcidos aos cofres da
União.
Então, em nome do meu partido, quero
dizer que nós não podemos permitir, em hipótese nenhuma, que as investigações
da Lava Jato e os processos em andamento parem, porque, com muita força, fé e
determinação do povo na rua, as investigações vão seguir.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Presidente,
Ver. Cassio Trogildo; demais Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste
pelo Canal 16 e nas galerias; em primeiro lugar quero usar este tempo de
Liderança para esclarecer que, no sábado, saiu uma nota no jornal Zero Hora, na
coluna da Rosane de Oliveira, dizendo que a REDE participa de um bloco de
partidos e que houve uma reunião, na sexta-feira, com o Vice-Prefeito Sebastião
Melo, pré-candidato a Prefeito, e que todos esses partidos fazem parte da base
de Governo. Como Líder da REDE aqui no Município, quero dizer que acho que a
matéria foi um pouco equivocada, pelo menos não oficialmente ninguém da REDE
fez parte desta reunião, e tampouco a REDE faz parte da base do Governo. Eu,
como Vereador e Líder da REDE, posso afirmar que não tenho nenhum cargo nos
Governos Municipal, Estadual ou Federal. No meu caso, no Município de Porto
Alegre, somos totalmente independentes e temos votado de acordo com a nossa
consciência e o que for bom para a Cidade. Portanto, temos conversado, sim, com
vários partidos políticos para tomar a decisão de como vamos estar na eleição
de 2016. Quero, novamente, Ver. Cecchim, um dos Líderes do PMDB, esclarecer que
a REDE não tem cargo no Governo Municipal e nem tem interesse em ter.
Também quero dizer que ficamos hoje muito
perplexos com as notícias que saíram na Folha de São Paulo, nos demais jornais
e na televisão, sobre a conversa de Romero Jucá, ainda como Senador, antes da
admissibilidade do impeachment. Quero
dizer que passamos por uma crise econômica e política muito grande e que não é
com passe de mágica, Ver. Mauro Zacher, que vamos solucionar os problemas do
Brasil. Nós acompanhamos todo esse processo, o Vice-Presidente, hoje Presidente
interino, Michel Temer, assumiu o Governo e já, na composição dos seus
Ministérios, vimos a quantidade de Ministros que já faziam parte do Governo
anterior ou que estão respondendo por alguma acusação ou sendo investigados na
Operação Lava Jato. Também vimos um Líder do Governo, do PSC, que assume mesmo
sendo indiciado, respondendo por diversos processos, inclusive um por
homicídio. Quero dizer que, quando o povo saiu para as ruas, em junho de 2103,
2014, 2015 e 2016, o povo queria mudanças, e nós não estamos vendo nenhum tipo
de mudança. Na minha opinião, para buscarmos uma solução para essa crise
política, da forma como está o nosso Congresso, da forma como foi esse impeachment e como está sendo conduzido,
está ficando cada vez mais complicado, acho não era isso que o povo esperava. O
Senador Romero Jucá passou o dia hoje dando explicações. Acho que, para começar
a dar resposta para o povo, o Presidente Michel Temer vai ter que tomar medidas
drásticas, mudando já o seu Ministério. Mas isso também não vai resolver, Ver.
Cecchim, por quê? Porque nós temos vários outros Ministros que estão nas mesmas
condições, que, logo ali à frente, vão aparecer na Lava Jato, em outras
informações, em novos vídeos e áudios. Seja qual for o governo, se não tivermos
mudanças drásticas, o Presidente da República vai ficar sempre dando
explicações.
E o que nós precisamos, sim, é de uma
mudança nos rumos da política do Brasil. Essa mudança não vai acontecer se nós
não tivermos uma nova assembleia constituinte, uma nova visão, com novos rumos
para o nosso País. É um momento de crise, um momento difícil e que não será
solucionado do jeito que está aquele Congresso. Nós precisamos, sim, Ver. Adeli
Sell, de um novo processo constituinte no Brasil. Não é com emendas à
Constituição, com PECs que vamos resolver esse problema. Vamos resolver, na
minha opinião, passando o Brasil a limpo e com um novo processo, uma nova visão
política, com novos processos eleitorais. Também não é possível eleições como
temos visto no Brasil nos últimos anos: campanhas milionárias para se chegar ao
Congresso na sua grande maioria. Se não for um artista, se não for um jogador
de futebol, ou alguém famoso da televisão, somente com campanhas milionárias
para se chegar lá. Então, não há renovação na política a não ser nesses casos,
Ver. Pujol. Para que se possa renovar a política, ter novas pessoas, com novas
visões, não basta o que está acontecendo; nós precisamos, sim, é reformular
toda a estrutura política do nosso País. Não adianta trocar governo, pode ser
governo que for, nas condições em que está, esse processo que temos acompanhado
desse tipo de governo não dá mais. Então, sou favorável a um novo processo
constitucional e também a novas eleições no nosso País para resolver esse
problema. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O
Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de dizer para os
nossos companheiros do Rotary que há um acordo entre os Vereadores e o Governo
Municipal para que a gente saia daqui com esse projeto aprovado no dia de hoje.
Todos nós concordamos que é importante cuidarmos de nossas crianças desde
pequenas.
Agora, eu não viria a esta tribuna se não
fosse provocado pela Ver.ª Jussara Cony para explicar. Eu acho que não é
explicação que ela quer; ela quer saber, por exemplo, o nome do avião que está
na lista da Odebrecht aqui do Rio Grande do Sul. De quem é o avião, Ver.ª
Jussara Cony? Não é do seu Partido o avião? Depois eu conto para vocês de quem
é o avião que ela disse que não tem ninguém do PCdoB enrolado. Eu vou contar.
Ficou só me provocando.
E eu quero dizer que foi solicitado à
Presidente Dilma, pela Ministra do Supremo, que dê explicação: afinal de contas
é o Supremo que está dando o golpe? A Dilma tem que se explicar, eu entendo que
ela esteja acuada naquela casa enorme, ela não sabe o que fazer. O que ela vai
fazer em uma casa daquelas? Agora ela só pode viajar de jatinho pelo Brasil.
Ela queria continuar viajando com o Aerolula. Então eu entendo o desespero.
A Presidente Dilma demitiu oito
ministros, em quatro ou cinco meses, no início do seu segundo Governo – oito!
Então se o Presidente Temer tiver que demitir cinco, seis ou oito, tem que
demitir por algum motivo. Esses que a Dilma demitiu, alguns injustamente,
outros com justeza, já foram.
Quanto ao diálogo do Sérgio Machado com o
Jucá. Esse Sérgio Machado era Diretor da Petrobras, Ver.ª Jussara. E a senhora
sabe quem era o Presidente do Conselho de Administração da Petrobras? A Dilma!
Ela ou era conivente, ou era burra, ou não queria olhar, ou estava de má fé!
Escolhe um adjetivo para ela. Ou uma Presidente de Conselho não sabe que estão
roubando na empresa? Isso é o que a senhora tem que explicar, não sou eu! Esse
tal de Sérgio Machado era Diretor da Petrobras, de cujo Conselho a Dilma era
Presidente, e a senhora quer saber o quê? Quer que eu dê explicação por quê?
Vai ler! Leia de quem é esse governo! Quem era a Presidente do Conselho? A
Dilma! Ou está igual ao Lula que não sabe quem deu o sítio; não sabe quem deu o
apartamento no Guarujá; não sabe quem pagava as passagens para O Bebê de
Rosemery, para ver o filme no avião. Dizem que, em cada viagem dessas, Ver.
Villela, o filme que mais passava era O Bebê de Rosemary, em todas essas
viagens para a Europa. Iam com malas enormes, e dizem que até tinha uma mala
com dinheiro que chegou em Lisboa. Daqui a pouco isso vai aparecer! Vai
aparecer!
Nós temos que cuidar muito com o que
falamos, Ver.ª Jussara Cony, porque, às vezes, as explicações e as respostas
que precisamos dar não são muito boas. As alianças estratégicas internacionais
que o PCdoB faz, por exemplo, eu pergunto para qualquer um que esteja neste
plenário: fazer aliança com o Maduro é uma aliança boa ou é uma aliança ruim? É
bom fazer aliança com o Maduro? É bom fazer aliança com aquele louco da Coreia
do Norte? São essas as grandes alianças que o partido da Ver.ª Jussara Cony
faz! E ela vem aqui e quer explicação do quê?! Do quê?! Eu até entendo a militância,
o PCdoB, eu vou dizer uma coisa, eu respeito, assim como respeito um senhor de
muita idade – noventa e quatro anos! –, já está a um tempo de fazer juízo.
Olha, o PCdoB pode fazer mais juízo! Olha, V. Exa. tem o DNA do partido, isso
ninguém nega. Ninguém nega a sua luta e a sua coragem de defender o
indefensável. Não tem como a senhora falar de militares... A senhora sabe que a
Presidente Dilma pediu Estado de Defesa e foi negado pelos militares, porque
ela queria dar um golpe! É tão incompetente que não conseguiu nem convencer os
militares! É tão incompetente, tão sem autoridade essa Presidenta que uma das
grandes alegrias que tive foi ver o Presidente da República do Brasil falar o
português correto, o que o Lula e a Dilma nunca souberam fazer.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às
16h14min):
Havendo quórum, passamos à
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente,
quero requerer a V. Exa. que, ouvido o Plenário, seja feita uma homenagem
póstuma ao passamento...
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo); Ver. Pujol,
permita-me interrompê-lo. Nós já fizemos um minuto de silêncio na data de hoje.
Então, eu combinei, na última Sessão, que teríamos um minuto de silêncio por
Sessão. Então, lhe peço que, nesta Sessão, não tenhamos outro.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço a
V. Exa., farei num momento oportuno, já que há esse regramento que eu
desconhecia, mas me curvo a ele; regras são regras, têm que ser obedecidas.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Perfeitamente.
Defiro o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, que solicita a retirada
de tramitação do Requerimento nº 041/16.
Defiro o
Requerimento de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que solicita a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLL
nº 231/15.
Apregoo Emenda nº 02, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely, ao PLL nº 231/15.
Apregoo Emenda nº 03, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely, ao PLL nº 231/15.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2355/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 231/15,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que obriga os pais de crianças em idade de
vacinação, ou os seus responsáveis, a apresentar, no ato da matrícula em estabelecimentos
de ensino, público ou privado, Caderneta de Saúde da Criança contendo o
registro da aplicação das vacinas obrigatórias à sua idade e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Rodrigo Maroni: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 11-04-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 231/15. (Pausa.) O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 231/15.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos de Porto Alegre que nos
assistem pela TVCâmara, é imperioso que se coloque aqui que temos uma
Constituição Federal, na qual temos os princípios fundamentais que tratam da
criança, do adolescente, da prestação da saúde e da educação. E está escrito
que a responsabilidade pelas crianças é também da família e das pessoas. Não
precisa ser pai ou mãe, eu tenho que cuidar: se uma criança estiver abandonada
ou se souber que ela não foi levada a fazer a vacina no momento certo, eu tenho
obrigação de passar essa informação ao Conselho Tutelar. Esta é a lei. É
assim que reza a nossa Constituição. Ademais, no Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, nós temos todos os mecanismos que resolvem o problema dos
pais que não cuidam devidamente dos filhos, absolutamente todos os mecanismos.
Também temos regramento jurídico, no País, que diz que as crianças têm que ir à
escola, crianças de idade tal a tal, para cursarem os nove anos de Ensino
Fundamental. Isso também está no regramento jurídico da Nação brasileira.
Nós queremos, a
partir deste debate, que se façam as campanhas em todas as creches conveniadas.
Eu tomarei a iniciativa de falar com a Secretária Municipal de Educação para
que, em todas as creches conveniadas, haja uma orientação e uma explicitação
sobre isso. Vou propor uma parceria entre a SMED e a SMS para que façam esse
processo de orientação para as crianças e seus responsáveis. Quando a criança
chegar na idade escolar, a sua família é obrigada a matriculá-la. Ou seja, nós
temos, no Brasil, todos os mecanismos legais e institucionais de obrigar os
pais ou responsáveis a fazerem a vacinação no momento e na idade adequados.
Esta é a normatização que já está em vigor e que nós já temos. O que nós não
temos são campanhas educativas necessárias a serem feitas nas creches
conveniadas, nas escolas municipais de Educação Infantil e na sociedade em
geral. Meu compromisso, como Vereador, antes de qualquer coisa, é fazer com que
estas informações, o espírito das leis entrem nas casas humildes da nossa
população; que o espírito das leis, que muitas vezes deveriam ser respeitadas,
cuidadas por pessoas que sabem ler e escrever, e não o são, invada as casas das
pessoas, os lares e também as mentes das pessoas.
Estas são as
minhas considerações acerca deste debate que agora se inicia. Fiz questão de
abrir este debate para que possamos fazer um debate sereno, tranquilo,
responsável, para que não sejamos depois colocados na mídia, na boca do povo
como se não conhecêssemos a legislação federal, estadual e municipal. Ou seja,
farei de tudo para que nenhuma criança fique sem vacina. Este é o meu
compromisso de cidadão e de Vereador. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
(O Ver.
Guilherme Socias Villela reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 231/15.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, boa tarde a todos e a todas. Eu
me inscrevi porque estão chegando as emendas, e a Emenda nº 01 acabou sendo
retirada, Ver. Márcio Bins Ely. É isso? A Emenda nº 03 recoloca a questão de
nenhum prejuízo à matrícula da criança, que, para nós, era bastante importante,
para ver se este direito fica resguardado, porque a criança pode ser vítima de
não ter adequadamente a vacinação em casa. Portanto, como o material é
obrigatório para a efetivação da matrícula, a rede pode encaminhar diretamente
ao Conselho e à Saúde para a vacinação da criança, e ela não pode ser
penalizada. A família, por óbvio, precisa, sim, ser encaminhada para que proceda corretamente
à vacinação, tão necessária à prevenção e à garantia dos plenos direitos dessa
criança no que diz respeito à sua saúde, mas, por outro lado, não pode haver
prejuízo à matrícula. E eu me inscrevi justamente para ver se haveria uma nova
emenda devolvendo essa redação, porque quando nós vimos a Emenda nº 01, ela
suprimia essa questão importante que já estava prevista no projeto original da
legislação, e ela foi retirada. Portanto, a Emenda nº 03 corrige isso e, para
nós, é muito importante.
Quero, então, aproveitar este momento de
discussão do projeto não só para respaldar e reforçar a ideia da importância da
vacinação e da importância de todas as crianças terem esse direito garantido,
pois a criança é sujeito de direitos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,
e que, portanto, não só tem que ter os seus direitos resguardados pela família,
mas também defendidos pela sociedade e pelo Estado, mas, ao mesmo tempo,
alertar que muitos desses direitos, infelizmente, ainda não são uma realidade.
No ano passado, quando eu presidi a
Comissão de Direitos Humanos, nós estivemos visitando os abrigos para crianças
vítimas de violência, crianças e adolescentes que foram vítimas da violência
dentro da sua própria família muitas vezes. E o que nós vimos é que essas
crianças, que estão sob a tutela do Estado, estão tendo, novamente, o seu
direito negligenciado: casas sem infraestrutura; riscos de incêndio na rede
elétrica; crianças que estão tuteladas pelo Estado fora da escola; superlotação
nos abrigos que deveriam ter 20 crianças, mas estão com até 52 crianças,
obrigando-as a dividir o mesmo colchão nos abrigos gerenciados pelo Município e
pelo Governo do Estado; trabalhadores com sobrecarga de trabalho; terceirização
de atividade-fim, gerando, obviamente, vários tipos de convênios numa mesma
rede.
Por fim, Ver. Prof. Alex Fraga, nós
gostaríamos de fazer também a denúncia de outro direito que está sendo tolhido
das crianças. Os profissionais da área da saúde sabem que o Ministério da Saúde
recomenda como suplemento obrigatório um combo de vitamina A para as crianças
de zero a dois anos terem uma boa formação. Esse combo de vitamina A está em
falta em mais de 50% das farmácias distritais que nós visitamos e fiscalizamos
no Município de Porto Alegre, na semana passada. Além da falta de remédios para
mal de Parkinson, para hipertensão; além da falta do único anti-infamatório
distribuído pelo Município nas oito, das dez, farmácias distritais; além da
falta de pílula anticoncepcional em 50% dos postos, numa crise brutal de falta
de acesso a medicamentos à nossa população mais carente, que tanto necessita do
SUS. Nós queremos registrar a falta desse suplemento necessário e obrigatório
para todas as crianças de zero a dois anos, para que haja uma formação
adequada, para que haja uma garantia dos direitos dessa criança. E a gente sabe
que, à medida que faltam durante quinze dias, três semanas, um mês na rede, são
vidas que estão em risco no nosso Município. Nós já falamos que o Executivo
Municipal tem que cobrar do Governo Sartori o que o Governo do Estado deve para
o Município. Já falamos do consórcio com os Municípios da Região Metropolitana
para adquirir medicamento. Já falamos da necessidade de cortar CCs e de cortar
privilégios para investir na saúde pública, mas, infelizmente, quem tem pagado
a conta dessa crise tem sido os trabalhadores e a nossa população, enquanto as
elites seguem ganhando e os governos seguem governando para as castas
políticas. É fundamental, então, fortalecer direitos. Nós defendemos também a
vacinação, mas...
(Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o término
do pronunciamento.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...Agradeço, Ver. Villela, só queria
fazer esse registro dos outros direitos que também são fundamentais quando nós
falamos em saúde, na prevenção e na formação adequada das crianças. Dos
remédios, inclusive usados em casos de asma em crianças, que faltavam em duas
farmácias distritais, e isso pode levar as crianças à UTI! E esse medicamento
essencial para crianças que têm asma está faltando em algumas farmácias
distritais do Município de Porto Alegre. Essa situação é inaceitável, por isso
nós fizemos uma representação no Ministério Público, queremos o apoio da
sociedade e dos Vereadores para que a gente defenda efetivamente os direitos da
população, seja em novas legislações, seja na fiscalização permanente e
necessária para garantir os direitos da população de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna. O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir o PLL nº 231/15.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este projeto do Ver. Márcio
Bins Ely tem uma característica muito positiva, porque parece que a grande crítica
que se faz ao projeto é dizendo que essa matéria já está regulada, querendo
dizer que é um bis in idem, que ela é
desnecessária. Ora, se esse é o defeito do projeto, tenho toda razão de
aprová-lo. E não é defeito, é bom. Tem determinadas coisas que têm que ser
repetidas, porque ninguém mais quer falar no óbvio. Tem coisa que todo o mundo
sabe que é e deixa de afirmar que seja. Agora, o que admiro no Ver. Márcio é
sua capacidade de diálogo. Houve algumas ponderações a respeito de determinados
aspectos do seu projeto, e ele, tranquilamente e serenamente, retira e emenda
os dispositivos do artigo sobre o qual havia dúvida: ele suprime o art. 3º e o
parágrafo único do art. 4º do projeto de lei em discussão. Ver. Marcio, eu já
tinha a intenção de me manifestar favoravelmente ao projeto, iria fazer
pequenas ressalvas, deixo de fazê-lo em face da sua capacidade de diálogo,
especialmente na sua sabedoria de, permitindo essa revisão no projeto, dar
plena condição de ele ser votado com maior tranquilidade pela Casa, até porque
vai apenas remanescer a ideia de que outras leis já dispõem neste sentido, o
que não obsta que a legislação municipal afirme e reafirme esse dispositivo.
A causa é meritória, os objetivos são os
melhores possíveis, então a Casa tem que se preparar para, em determinados
momentos, mesmo correndo o risco de ser acusada de repetir o óbvio, colocar na
lei a vontade do legislador municipal, e com ela a possibilidade de ter uma
plena regulação de determinados assuntos que o cotidiano de Porto Alegre está a
nos exigir. Esses aspectos da vacinação infantil são muito claros. Se há uma
preocupação objetiva com as crianças, com os menores, por que não colocar no
papel, por que não colocar na lei, por que não passar a ter obrigatoriedade
dentro do território municipal? Meus cumprimentos, Ver. Márcio Bins Ely, e
conte com o nosso voto, nosso apoio sincero e leal a essa sua boa proposta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em votação o
PLL nº 231/15. (Pausa.) O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 231/15, como autor.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Boa tarde a
todos e a todas; cumprimentando o Presidente, Ver. Guilherme Socias
Villela, cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste
nas galerias, em especial a Família Rotária que acompanha esta importante
votação, senhoras e senhores da imprensa, aqueles que nos assistem pela TV
Câmara. Venho a esta tribuna, primeiro, para agradecer aqueles oradores que me
antecederam, todos aqui no sentido da aprovação do projeto e da iniciativa,
quero aqui agradecer também ao Rotary Club Porto Alegre-Norte, porque essa é
uma iniciativa conjunta que surgiu a quatro, a seis, a oito mãos, todo nosso
distrito. Aliás, o Rotary Internacional tem esse compromisso com a erradicação
da pólio há muitos anos. E a campanha End
Pólio Now é mundial e tem,
inclusive, o apoio de ilustres personalidades, e pode ser facilmente encontrada
nas redes – é a campanha da gotinha. E foi a partir daí que surgiu essa
iniciativa. Nós fomos procurados para que, de alguma forma, pudéssemos
implementar e reforçar a necessidade e a obrigatoriedade, especialmente, da
vacina da pólio. Mas, em tempos em que a caxumba está aí presente entre os
jogadores de futebol, que o H1N1 está matando no Brasil, e tantas outras
doenças graves que a gente sabe que, a partir da vacinação, podem ser
combatidas e vidas podem ser salvas, e sequelas podem ser evitadas, é que a
gente acreditou que esse projeto era um projeto que colaboraria em muito com a
sociedade e a comunidade porto-alegrense. Em que pese aqui as ponderações da
orientação da legislação federal, eu acho que, quando o Município também se
organiza e, a partir da priorização de uma política pública através do
estabelecimento de um regramento, através de uma legislação municipal,
estabelece o cumprimento de um dever, ele reforça uma atitude.
E a nossa lei, didaticamente falando e de maneira muito
simples objetivando o que ela pretende, é que as escolas exijam dos pais a
caderneta de vacinação das crianças que, na época da rematrícula, estejam com
idade de determinadas vacinas. A gente sabe que a pólio deve ser feita até os 5
anos, outras até os 11, até os 13, sarampo, coqueluche, existe um calendário
oficial, a Secretaria Municipal da Saúde divulga, exige, mas a gente sabe que
mesmo assim, em que pese todos os meios de comunicação fazerem um enorme
esforço para que as pessoas se vacinem, muitas pessoas não se vacinam, que dirá
levar suas crianças para serem vacinadas. Então, essa iniciativa corrobora com
o espírito e o objetivo da prevenção, que é o que, ao fim e ao cabo, representa
a prevenção a partir da vacina. É uma iniciativa que reforça essa vacinação e,
especialmente, por partir de uma semente plantada pelo Rotary, está sendo
irrigada por nós para que possa gerar frutos e que eles sejam as nossas
crianças e adolescentes sadios, para que nós possamos ter uma geração com
saúde. Eu resumo isso numa frase: promover a saúde infantil é proteger toda a
sociedade, é dialogar com o futuro, dialogar com o amanhã e fazer a nossa
parte. Se nós, a partir desse projeto de lei, conseguirmos prevenir que uma
criança seja infectada pela pólio, já valeu a pena. Nós, casualmente, temos um
companheiro, no nosso clube, no Porto Alegre-Norte, que foi atingido pela
pólio, e a gente sabe que as sequelas que esse vírus pode deixar são muito
graves.
Então, venho aqui, neste período,
encaminhar em nome do meu partido PDT, peço a compreensão e o apoio de todos,
porque entendo que este projeto é relevante, é importante. Agradeço aos
Vereadores que colaboraram conosco no sentido de arredondarmos uma ou outra
situação, em especial o Governo, que compreendeu a nossa iniciativa, que
obviamente não era de impedir a matrícula, não queríamos que a falta da vacina impedisse
a matrícula, mas essa era uma preocupação do Governo e estava correta, apesar
de a gente saber que é muito importante a vacina, tão importante quanto é a
matrícula.
Para concluir, Ver. Cassio Trogildo,
quero agradecer a sensibilidade da Secretária Cleci, do Prefeito Fortunati e de
todos aqueles que, de uma forma ou de outra, ombrearam conosco para que nós
pudéssemos arredondar o projeto. O Ver. Nedel também, pois, inicialmente, tinha
uma compreensão, mas o pessoal conversou com ele, conversamos com tantos outros
aqui, e eles compreenderam a grandeza e a importância do que significa essa
iniciativa para a nossa Cidade e em especial para a Família Rotária, cuja
presença engrandece esta Sessão, uma sessão de trabalho. Tenho certeza de que,
ao final deste momento e dessa votação, vai ganhar a Cidade, vai ganhar a
coletividade e, especialmente, as nossas crianças, o amanhã e o futuro da nossa
sociedade. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
231/15.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Quero
aqui cumprimentar o Ver. Márcio Bins Ely, as mulheres e homens que compõem os
grupos Rotary. Nós conhecemos a longa tradição desse compromisso da extensão da
possibilidade do desenvolvimento integral da criança para além da escola, junto
às famílias, junto à questão da saúde; são quantas e quantas atividades que
inclusive as próprias escolas acolhem de atendimento integral, de muitos
serviços oferecidos às comunidades, às crianças através dessa atuação
permanente do Rotary. E eu sei que eles estão na construção desse projeto de
lei e quero parabenizá-los, homens e mulheres. Quando o projeto foi
apresentado, Ver. Márcio, nós só tínhamos uma preocupação, que ele não
significasse barreira para as crianças entrarem na escola, porque, às vezes, os
pais e as mães são tão desorganizados, e, se nós colocamos como condição... Nós
temos é que trabalhar para conseguir que todos estejam na escola.
Eu quero, com isso, exemplificar algo que
para nós tem um efeito muito importante, que é o efeito do Programa Bolsa
Família, que tem exatamente esse gatilho, o gatilho do compromisso de a criança
estar na escola e estar fazendo as vacinas obrigatórias. Eu fui procurar os dados
para socializar com vocês referentes ao Bolsa Família: 17 milhões de crianças e
jovens frequentam a escola regularmente a partir da vinculação com esse
programa, um trabalho da assistência social, dos núcleos da periferia, tal a
importância que aquele pequeno recurso tem para a família mensalmente.
Muitos de nós, Vereadores, não lembramos
mais da quantidade de casos porque estamos nessa interlocução, mas, lá no
início, nos primeiros anos do Bolsa Família, quantos pais e mães vinham se
queixar: “Suspenderam o meu Bolsa Família!”. A gente ia ver, e era infrequência
na escola, dados que não apareciam quanto à frequência ao posto de saúde. Isso
foi alternando, é uma cultura que foi incorporada nas famílias. Então vejam e
imaginem a ruptura com o círculo de pobreza, de miséria e de falta de prevenção
para 17 milhões de crianças e adolescentes. Nós temos 47 milhões de pessoas que
são atingidas por essa política e que significou que o Brasil saiu do mapa da
fome e da miséria, de acordo com o controle feito pelas Nações Unidas, pois 82%
dos famintos que o Brasil tinha têm esse amparo do Bolsa Família. Quero que
fique muito claro que o Bolsa Família é uma ponte. Considero esse, sim, uma
ponte para o futuro, Ver. Márcio Bins Ely, pelo fato de a gente cuidar da saúde
e antecipar as doenças, doenças crônicas, doenças que podem dar deficiências
permanentes, como muito bem apontado por Vossa Excelência.
Então temos o tema da saúde, mas temos
outro tema, que é o tema da escolarização. A escolarização traz outro nível para
as famílias, com certeza, inclusive no seu planejamento familiar. A maioria das
beneficiadas do Bolsa Família são mulheres, que, com os seus filhos indo para a
escola, voltam a estudar na Educação de Jovens e Adultos. Mas a escolarização
que eu falo é do Pronatec. Quase 1 milhão de adultos que estão no Bolsa Família
fizeram Pronatec, sendo 70% mulheres. Então chega às mulheres o ensino técnico,
tanto é que, no ano passado, no recadastramento, 606 mil famílias declararam
que tinham mudado de renda e que estavam saindo do cadastramento do Bolsa
Família. Então é, de fato, um programa potente, fortalece a escola na questão
da evasão escolar e na questão da impotência que as escolas às vezes têm com
aquela família desestruturada, que passa fome, que está abaixo da linha da
miséria. E aí, sim, a escola tem condições, na articulação com o posto de
saúde, de fazer mais essa amarração, que é a amarração da carteira de
vacinação.
Acho que este projeto vem ao encontro
dessa grande preocupação que o Brasil teve até agora, que as nossas crianças e
adolescentes
estejam na escola aprendendo, que tenham a proteção da saúde para se
desenvolverem integralmente e possam ser adultos bem realizados. Parabéns pela
iniciativa! Diferente do que a mídia, às vezes, quer mostrar, nós temos aqui
nesta Casa uma sensibilidade que o Ver. Márcio Bins Ely está demonstrando com
este projeto de lei. Infelizmente, seu projeto naquele gráfico parece que não
tem importância, mas aqui se salvam muitas vidas. Parabéns, a Bancada do PT vai
votar favoravelmente. Obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a
presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 231/15.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Sr.
Presidente, Vereadores, Vereadoras, todos que nos escutam, quero cumprimentar a
família rotariana, com a luta justa pelas nossas crianças. A minha bandeira
sempre foi a da inclusão através do esporte, da educação, da cultura para as
crianças, jovens e adolescentes. Essa é e sempre será a minha luta. Penso que
essa emenda feita junto com o Governo – Márcio Bins Ely, parabéns –,
arredondou. Claro que daremos o sim, porque nós somos responsáveis: a
sociedade, o Legislativo, Executivo, o Judiciário. Somos responsáveis pelo
mundo que estamos fazendo para o futuro. Fiquei olhando para os rostinhos
inocentes dessas crianças ali sentadas, e nós somos responsáveis pelo que serão
amanhã. Elas nem precisariam estar aqui neste plenário, porque meu voto sempre
será sim para que se formem cidadãos equilibrados, de bem. As vacinas são muito
importantes, porque, às vezes, são crianças com diabetes, com hepatite, e elas
têm que estar vacinadas. E
quando um Vereador fala que a SMED quer educação, é uma maravilha, porque ela
tem um poder sobre as escolas. Nós não podemos ferir a criança, porque o pai
não a levou para tomar a vacina. É uma obrigação, e essa criança não entende.
Ela sabe que quando vai tomar a vacina, dói, e ela chora, mas é o futuro dela.
O meu voto, com a maioria, será “sim”,
porque nós somos responsáveis por esses inocentes. Eles têm que ter o nosso
apoio, não só do Legislativo, mas de toda a sociedade. Então, Ver. Márcio Bins
Ely, venho votar “sim”, com muita alegria, com o coração cheio de esperança.
Que a gente possa ter um País com responsabilidade, com cidadãos equilibrados,
com cidadãos do bem. É isso que esperamos para os nossos filhos e para os
nossos netos. Que Oxalá olhe por nós e nos dê condições de dar às crianças o
melhor, para que no futuro elas venham agradecer tudo que foi feito, tanto na
Câmara de Vereadores, como no Executivo, no Judiciário e na sociedade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo):
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
231/15.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, queridos companheiros
rotarianos, particularmente as rotarianas; as mulheres do Rotary são umas
verdadeiras heroínas, eu conheço o trabalho que elas fazem, e, literalmente,
fazem o bem, sem olhar a quem. Nós, os homens rotarianos, Ver. Márcio
Bins Ely, trabalhamos muito. Mas o apoio principal do Rotary, hoje, eu não
tenho dúvida nenhuma, é a mulher; as mulheres que estão em casa e as que estão
no Clube. As mulheres fazem a diferença nessa instituição grandiosa. Ver.
Valter Nagelstein, o Rotary Club tem assento na ONU. Como é uma ONG séria – não
como outras que temos por aí, que são somente para tirar dinheiro do povo –, o
Rotary tem assento na ONU. Ele não precisou de nenhuma lei para fazer o que vem
fazendo durante todos esses anos para salvar as crianças da poliomielite. O
Rotary é tão grande e é composto por pessoas tão dedicadas, pessoas que se
doam, que doam o seu tempo, muitas vezes, e doam aquelas coisas que para muitos
de nós parecem pequenas, mas para quem recebe, são muito grandes e importantes.
Então, não tem como não votar uma coisa que o Rotary já faz. A vacinação, a
campanha da vacina, o trabalho do dia a dia, cuidando, não só da vacina; o
Rotary se preocupa com as entidades, com as creches, com as pessoas que não têm
dinheiro, que não têm remédio, que não têm cadeira de rodas. Por exemplo, o
Rotary Passo D’ Areia/Lindoia consegue adquirir cadeira de rodas com os lacres
das latas. Isso é simbólico, esses rotarianos poderiam doar dinheiro. Mas é
simbólico para que todos possam participar, para que os filhos dos rotarianos e
rotarianas saibam da importância de se doar, de ajudar aqueles que precisam sem
ser identificados. O rotariano e a rotariana fazem o bem e não querem aparecer;
eles fazem o bem não importa a quem. Mas como importa àqueles que recebem,
àqueles que precisam! Aqueles que precisam de um remédio, de uma cadeira de
rodas e de uma coisa que parece simples, mas que, talvez, seja a mais
importante: um ombro amigo, um abraço e o amor! O Rotary sabe dar amor para as
pessoas, o Rotary dá atenção para as pessoas! Quantos velhinhos recebem amor de
rotarianos? Não é só na SPAAN, é em todos os lugares. Os homens e mulheres
rotarianos se dedicam a vida toda sem ganhar prêmios, sem ganhar votos, sem
ganhar nada a não ser a alegria no coração. O Rotary, o rotariano e a rotariana
só querem uma compensação: ver as pessoas a quem fazem o bem serem felizes ou
ficarem um pouquinho mais confortáveis. E o coração do rotariano e da
rotariana, Ver. Tarciso, recebe um grande pagamento. Qual é o grande pagamento
que o rotariano recebe? A alegria do seu próprio coração por ter ajudado.
Eu quero
cumprimentar os rotarianos e as rotarianas que estão aqui e dizer que todos que
fazem o bem sem olhar para quem merecem um lugar especial ao lado do nosso
grande Criador. E não só depois da morte, mas, agora, enquanto estão fazendo o
bem. Certamente, Jesus Cristo está do lado de quem faz o bem. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 231/15.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente,
Ver. Cassio Trogildo; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores e demais amigos que nos
escutam; queria cumprimentar o Vereador proponente, Márcio Bins Ely, que teve
um momento feliz. Vereador, ontem tive a satisfação de almoçar na Sogipa com o
Rotary São João, de onde já foi presidente a minha Chefe de Gabinete, a Regina
Barcellos. Já digo para ela que ela está de parabéns também por essa
iniciativa.
No futuro, nós
vamos ter grandes novidades para combater as doenças, para não permitir que as
doenças aconteçam, através da medicina genética. Vai-se influenciar no DNA ou
na hora da concepção, ou logo depois da concepção. Nós vamos ter a engenharia
genética salvando as pessoas
de determinadas doenças. Mas para as infecções isso talvez não funcione muito,
seria para doenças genéticas, para disposição ao câncer de mama ou de próstata,
por exemplo. As infecções talvez não sejam assim. As infecções necessitam de
uma proteção, através dos anticorpos produzidos pelo sistema de defesa do
indivíduo. O sistema tem que conhecer a noxa, aquele serzinho que está fazendo
mal ao organismo. Então, o que se faz? Abrandam-se determinados germes, tira-se
a parte venenosa, falando de maneira didática, e deixa-se a parte genética, que
vai ser reconhecida pelo organismo quando entrar na corrente sanguínea. Assim,
os anticorpos bloqueiam o vírus, no caso, e, depois, os leucócitos tiram de
circulação o vírus. Então, durante muito tempo, lutou-se contra um mal
terrível, que era a paralisia infantil. Quem tinha paralisia infantil eram os
casos que sobravam, que não morriam, porque a poliomielite atacava muito os
pulmões. As pessoas iam para o pulmão de aço, até que não aguentavam mais e as
perdíamos. Geralmente, crianças. Dá em adulto também, mas principalmente
crianças. Quantas vezes nós encontrávamos aquelas crianças com a cara linda,
com o corpo lindo, e aquela perna fininha, hipotrofia, destoando de todo o
corpo, destoando de tudo. Quantas vezes ficamos com pena de ver essas crianças.
O mundo era chocado com a poliomielite, com esse vírus, e começaram a
desenvolver vacinas. O primeiro que apresentou uma vacina, no mundo, foi o Dr.
Salk. Era uma vacina injetável, as crianças tinham medo de tomar a injeção, mas
o sal vinha apresentando sucesso. Um pouquinho depois o Dr. Sabin – um judeu
que foi casado com uma brasileira – desenvolveu a vacina em forma de gotas. As
gotinhas verdadeiramente milagrosas. E foi fácil levar para o mundo inteiro
essa vacina, a ponto de a ONU considerar, nos anos recentes, a completa
exclusão, o desaparecimento da poliomielite sobre a Terra. Mas alguns casos
endêmicos continuaram aparecendo.
Então eu acho que essa lei do nosso
querido Ver. Márcio Bins Ely vem corroborar com toda essa história que eu
contei, com o esforço de homens que não queriam mais ver a poliomielite sobre a
Terra. Desde que o pai não seja maltratado porque não levou o atestado da
vacina, que a criança seja reconduzida para fazer a vacina e volte para a
escola para a criança não perder a matrícula, eu acho que é uma belíssima
iniciativa, mesmo porque as pessoas instadas a fazer isso vão ter mais responsabilidade
e vão ensinar a responsabilidade para os seus filhos. Então eu queria dizer que
o meu gabinete está completamente solidarizado com o Ver. Márcio Bins Ely e nós
vamos votar: sempre a vacina, nunca parar de fazer a vacina, para que seja
controlada a doença.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
231/15.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Vereador-Presidente Cassio Trogildo, Vereadoras e Vereadores, este projeto faz
parte de uma campanha mundial do Rotary para que essas doenças acabem no mundo.
Portanto, a vacinação é extremamente importante. Na Comissão de Finanças,
inicialmente demos o Parecer contrário, porque não tínhamos muitas informações,
e a história que nós recebemos foi de uma escola que proibiu uma menina de
estudar, porque o pai perdeu a carteira de saúde e tristemente o posto se negou
a dar a segunda via. A pessoa veio ao meu gabinete e eu a encaminhei à
Secretaria de Educação, onde foi resolvido devidamente o assunto. Depois de
dado o Parecer, eu consultei a Secretária Municipal de Educação, Cleci Jurach,
que concordou, inclusive informando que em outras cidades isso já acontece.
Agora, o Ver. Márcio Bins Ely apresentou duas emendas, retirando possíveis
irregularidades jurídicas, tornando o projeto adequado, sem nenhum óbice à sua
aprovação. A Bancada do Partido Progressista votará integralmente a favor;
portanto, encaminho pela aprovação deste projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O
Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
231/15.
O
SR. PROF. ALEX FRAGA:
Boa tarde, senhoras e senhores, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, gostaria de
manifestar meu apoio – falo em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna.
A Bancada do PSOL apoia integralmente a iniciativa do Ver. Márcio Bins Ely, o
que pode gerar um salto de qualidade no controle da prática de vacinação entre
as crianças da nossa Cidade, o que é fundamental para que haja um mecanismo
preventivo de saúde em nosso Município. Como sabemos, a prevenção é sempre mais
eficaz e mais barata do que o tratamento de enfermidades. A paralisia infantil,
como muito bem foi descrita aqui nesta tribuna, é um problema que não tem
tratamento. Uma série de complicações, trazidas pelo Ver. Dr. Goulart, são
características deste quadro; portanto nos preocupam, porém gostaria de
compartilhar um temor que tenho. Para isso, gostaria que o proponente, Ver.
Márcio Bins Ely, atentasse às implicações que o seu projeto de lei pode gerar
dentro do Município de Porto Alegre. Sou totalmente contra projetos de lei
inócuos, que não saem do papel e que não têm efetividade. Este é o meu temor:
que um projeto de lei tão bom, que pode agregar qualidade e saúde às nossas
crianças, não se torne uma realidade. Aí, estaremos perdendo uma tarde inteira
de discussões, de apoios, de manifestações positivas a essa brilhante
iniciativa. Uma saudação ao pessoal do Rotary que tem, ao procurar o Ver.
Márcio Bins Ely, um protagonismo enorme nessa iniciativa. Se nós não tirarmos
do papel este projeto de lei, não vai ter servido de nada essa iniciativa. Nós
precisamos que isso saia do papel, que isso seja efetivado em todas as escolas
do nosso Município. E o meu temor se explica por conta de uma percepção que
tenho: a Prefeitura do Município de Porto Alegre não consegue estabelecer o
diálogo entre as diferentes Pastas.
Vou fazer um mea-culpa, eu, Prof. Alex
Fraga, como professor do Município de Porto Alegre, formado em Ciências
Biológicas, não recebi nos bancos da universidade informações que me permitam
saber de cor todas as vacinas incluídas no Programa Básico de Vacinação do
nosso Brasil. Se eu, que tive formação acadêmica na área, não sou capacitado
para lembrar todas as vacinas, não vou esperar que meus colegas, formados em
outras áreas, o saibam. Quem vai controlar essa carteira? Quem vai controlar
esses atestados? Quem vai, dentro dos espaços escolares, se responsabilizar
pela listagem de vacinas que traz a carteira de todas as crianças ingressantes
nas nossas escolas? Para que isso seja efetivado, deve haver uma proximidade,
uma conexão, uma integração entre as Pastas Municipais da Saúde e da Educação,
e isso não acontece. Há uma grande distância, por conta de interesses
partidários, que comandam as Secretarias do Município de Porto Alegre; e esse
distanciamento é nocivo para todos, a Secretaria de Educação não tem diálogo
com a Secretaria de Segurança, não tem diálogo com a Secretária de Saúde. Existem
algumas conexões e alguns laços feitos localmente, mas isso deve ser política
de Governo, isso deve ser uma diretriz básica, unificando o trabalho de todas
as Pastas para que nós tenhamos eficiência. E a palavra “eficiência” não se vê
no Município de Porto Alegre. Não se vê! Aí o meu alerta e o meu temor:
precisamos tirar essa lei, que é importante, do papel. A sua efetivação garante
saúde, garante qualidade de vida e direito às nossas crianças. Mas, do jeito
que está, neste Governo...
(Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O
SR. PROF. ALEX FRAGA: ...com o trabalho demonstrado por este Governo
que aí está posto – o Governo do Prefeito Fortunati e do seu Vice Sebastião Melo
–, isso nunca vai acontecer. Não há diálogo, não há eficiência, não há
integração entre as Pastas. Nós temos um Governo que é uma colcha de retalhos,
são mais de 13 partidos na base governista, e se não há diálogo entre eles, se
não há diálogo entre as Secretarias, nós nunca tiraremos este projeto
importante do papel! Está dado o meu alerta. E vocês, Vereadores, têm obrigação
com relação a esta Cidade, é nosso dever fiscalizar o que está acontecendo; e o
meu alerta é de que o que está acontecendo não é bom e prejudica a todos nós e
principalmente às nossas crianças. Parabéns, Ver. Márcio Bins Ely, reforço a
necessidade de aprovação da Emenda nº 03 também. Boa tarde. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 231/15, pela oposição.
O
SR. ENGº COMASSETTO: Sr.
Presidente, meus colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, prezados
visitantes que acompanham este debate e certamente muitos outros, assim como
acabou de falar o Ver. Prof. Alex, do PSOL, junto com o PT e PCdoB, tenho o
prazer aqui, na anuência da Ver.ª Jussara Cony, de trazer o nosso
encaminhamento. Os partidos de oposição, Ver. Márcio Bins Ely, votarão pela
aprovação deste projeto. Quero fazer aqui mais algumas considerações neste
momento de debate. Muitas vezes um projeto parece ser simples, mas não está
conectado, e nós precisamos, cada vez mais, dialogar aqui com a sociedade da
importância de conectarmos um projeto como este, que determina a
responsabilidade da sociedade através dos pais e da comunidade escolar para que
garantam que todas as crianças estejam vacinadas. Ele é conectado a outros
temas, e, neste momento, o Brasil tem o Plano Nacional de Educação, que
determina que, neste ano de 2016, todas as crianças de 4 a 17 anos têm que
estar nas escolas. Ainda vai faltar do zero aos três anos e onze meses para
estarem nas escolas. Mas se todas as crianças que estiverem nas escolas, no
caso de Porto Alegre, tiverem que comprovar a sua vacinação, nós estaremos
fechando o círculo. Bom, elas têm que estar nas escolas, mas, para estar nas
escolas, elas têm que estar vacinadas. Aquelas que estão nos programas sociais
têm que comprovar estarem, efetivamente, com frequência nas aulas para receber
os programas sociais.
Com isso, vamos para outra busca que
queremos. O Brasil, assim como saiu do mapa da fome mundial, graças aos
programas sociais, tem que sair do mapa das doenças transmissíveis. Bom, nós já
saímos do mapa da poliomielite, do sarampo, mesmo assim, de vez em quando,
surge algum caso que coloca todo mundo em alerta. Então, na erradicação das
doenças, sejam elas transmissíveis, ou doenças hereditárias, precisamos
atacá-las cada vez mais para que possamos sair... Todos nós sabemos que, no
caso de uma doença transmissível, e agora nós estamos com as possíveis
epidemias de diversas doenças que neste momento estão sendo discutidas e que
são transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti... E eu conversava há poucos dias com a Dra. França, a qual tiver o
prazer de encontrar, uma pesquisadora de Salvador, baiana, que coordena o
estudo nacional dos vetores das doenças, do zika e demais doenças transmitidas
pelo Aedes aegypti, e ela me dizia
que o Aedes aegypti já traz, na sua
carga estrutural, 14 vírus, e nós estamos tratando de três; esses outros ainda
não se pronunciaram no Brasil. Bom, mas se não combater esse vetor, essas
demais doenças poderão logo, logo também aqui se manifestarem. Então, essa
cadeia toda precisa ser cada vez mais trabalhada, cada vez mais organizada.
Portanto, Ver. Márcio Bins Ely, como o
nossos partidos já se pronunciaram... Aqui nós não podemos fazer voto de
oposição ou situação, porque há projetos que são bons para a humanidade, e
Porto Alegre pode dar o exemplo, como temos feito com relação a muitos projetos
que são de bancadas diversas. Votaremos favoravelmente, porque entendemos que
isso vai servir de referência para outros Municípios. E tudo que vier na
direção, vier potencializar para que possamos ter uma sociedade em que os
direitos sejam para todos – e saúde é um direito de todos –, seremos
favoráveis. Então, o nosso voto favorável dos partidos de oposição.
A Ver.ª Sofia
me assoprava que acabou de cair o primeiro Ministro do Temer, o Jucá, pelas
denúncias feitas essa noite, pelas gravações colocadas. Corrupção tem que ser
combatida de todas as maneiras, principalmente de todos que estão apontados lá
na Lava Jato nesse momento. Um grande abraço.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 231/15.
O SR. AIRTO FERRONATO: Caro
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão
conosco nesta tarde acompanhando este projeto que, na nossa forma de analisar
as propostas aqui na Câmara, merece, sim, ser aprovado. Vamos votar
favoravelmente ao projeto, Ver. Paulinho Motorista e eu, nosso partido é o PSB.
Quero cumprimentar aqueles que, de uma forma ou de outra, trabalharam pela
construção do projeto, cumprimentar o Ver. Márcio Bins Ely, que o encaminhou,
dizer que estaremos juntos. E eu quero fazer um pequeno parêntese, de duas
maneiras, nas palavras do Ver. Prof. Alex, jovem e brilhante Vereador de Porto
Alegre. Na sua primeira manifestação, está correto V. Exa. quando diz que, na
verdade, é preciso uma integração entre as diferentes áreas do Município, até
porque não podemos impor aos professores e às direções das escolas essa forma
de analisar – entre aspas – a carteira de vacinação. Está correto, porque é
difícil compreender e há de se formar, sim, uma participação conjunta com a
Secretaria Municipal da Saúde, concordo integralmente com Vossa Excelência. E
na segunda parte, começo a
discordar quando vem dizer que a Prefeitura, ou o Prefeito, não tem condições
de encaminhar este projeto; quero deixar claro a quem está nos assistindo pela
televisão, escutando pelo rádio, aos senhores e às senhoras presentes que tem,
sim, conhecimento, competência, dedicação, bom servir ao público e ao cidadão
de Porto Alegre. Vamos encaminhar essa proposta, e ela deverá – e precisa, sim
– ser posta em execução. Por isso já estamos aqui clamando, propondo, dizendo
que o Governo Municipal de Porto Alegre, através das suas instâncias
competentes, coloque em execução o que está se aprovando aqui, até porque
também já foi dito que existe a obrigação de o Município de Porto Alegre atuar
na Educação Infantil. Porto Alegre historicamente atua com muita presença e
força na creche para crianças de até quatro anos; Porto Alegre tem, sim uma
rede de ensino de 1º Grau bastante interessante. Portanto Porto Alegre tem,
sim, uma bela estrutura e condições de colocar em execução este projeto. Mais
uma vez quero trazer um abraço a todos e essencialmente aos senhores e às
senhoras que contribuíram com o escrever deste projeto, que está bastante bem
apresentado, e nós votaremos favoravelmente. Um abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A
Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
231/15.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, sou
Líder de oposição e cedi meu tempo ao Ver. Comassetto, que nos representou
muito bem como Líder do PCdoB, mas, como farmacêutica, venho a esta tribuna
trazer quatro questões importantes na discussão deste projeto. Este projeto de
lei de autoria do Ver. Márcio Bins Ely é um desdobrando interessante nas
cidades, mas é um desdobramento de uma lei nacional, que é consequência do
significado do SUS – Sistema Único de Saúde – e suas políticas setoriais para
garantir saúde pública de qualidade em todos os níveis para todos. E uma das
maneiras de garantir saúde pública de qualidade é prevenir as doenças
transmissíveis.
O segundo item que eu quero abordar é o
significado da vacinação como uma das formas estratégicas de prevenção de
agravos, de doenças evitáveis pela vacinação. E aqui acho que é importante
destacar, e eu destaco como profissional farmacêutica que atuou durante 32 anos
dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde fui servidora e
também formada, especializando-me em Alimentos e Medicamentos e depois com
pós-graduação em Análise, Índice, Produção e Controle de Qualidade em
Medicamentos onde entram também as vacinas. Eu quero destacar o significado, o avanço
da ciência e tecnologia na produção de saúde, e aí não só daqueles que
fabricam, mas também do conhecimento das universidades para que nós possamos
cada vez avançar mais nessas descobertas para o enfrentamento de doenças
transmissíveis.
O
terceiro ponto que eu quero trazer aqui, até porque houve essa relação com a
Secretaria de Educação, é a relação intrínseca entre saúde e educação. Porque,
ao exigir a vacinação, é uma forma de nós contribuirmos, esta Câmara Municipal,
para integrar duas políticas que são estratégicas na vida das pessoas e
inclusive para o desenvolvimento de uma cidade, de um país, enfim, de um
estado. E, nesse sentido, eu quero cumprimentar o Rotary que está aqui, porque
estão exercendo um papel importante na ótica do que significa saúde pública: é
gestão, é financiamento, são políticas públicas, mas é também controle social.
O controle social sempre é importante para políticas e estratégias, ainda mais
quando se inter-relacionam como saúde e educação.
Quero finalizar dizendo que, como
Presidente, nesta Casa, da Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores e do
Serviço Público, nós estaremos atentos para fiscalizar e contribuir para que
esta política que nós vamos aprovar hoje, que faz parte do Sistema Único de
Saúde da cidade de Porto Alegre, se materialize na vida das crianças desta
cidade, nas famílias e nas suas responsabilidades; que seja responsabilidade do
gestor, e seja responsabilidade também familiar de buscar, tendo como
referência um posto de saúde, o direito intrínseco à saúde que começa por
essa precaução e prevenção em relação a doenças que podem ser absolutamente
evitadas quando se cumpre essa etapa da vacinação. Isso é prevenção, e nós
precisamos prevenir para não ter que remediar, porque quem perde com isso são
as crianças, são as famílias, a população e a Cidade. Então nós votaremos
favoravelmente a este projeto e estaremos atentos para que ele se materialize,
na cidade de Porto Alegre, em cada local de vacinação. E que se possa levar a
discussão para a comunidade, através da escola, de uma legislação importante
como essa que nós vamos aprovar daqui a pouco, sem dúvida.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a
Emenda nº 02 ao PLL nº 231/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a
Emenda nº 03 ao PLL nº 231/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o
PLL nº 231/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ENGº COMASSETTO
(Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da
discussão do PLL nº 265/13 por uma Sessão. O projeto é de autoria do Ver.
Marcelo Sgarbossa, que está ausente em virtude do falecimento de sua mãe.
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Engº Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Valter Nagelstein. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.
Solicito que o
Ver. Delegado Cleiton assuma a presidência dos trabalhos, pois o próximo projeto a ser apreciado
é de minha autoria.
(O Ver. Delegado Cleiton assume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. CASSIO TROGILDO (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que
possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 014/16. Após
retornaremos à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Cassio Trogildo. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0205/16 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 014/16,
de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que estabelece a utilização de lâmpadas LED (light emitting diode, ou diodo emissor
de luz) na iluminação de prédios públicos municipais, bem como de espaços
públicos e vias públicas sob administração municipal.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral
Ver. Elizandro Sabino: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 16-05-16.
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em
discussão o PLL nº 014/16. (Pausa.) Não
há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Cassio Trogildo
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 014/16, como autor.
O
SR. CASSIO TROGILDO: Sr.
Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras que nos
acompanham, este projeto que estamos propondo é para que num período de dez
anos possamos ter, Ver. Prof. Alex, em todos os prédios públicos no Município
de Porto Alegre, e também na cidade de Porto Alegre, lâmpadas LED, que têm uma
durabilidade muito superior às lâmpadas hoje utilizadas e também representam
uma economia de energia em torno de 20% a 30% do consumo. O Ver. Mauro Zacher,
que até recentemente estava à frente da Secretaria de Obras, já iniciou esse
trabalho da substituição das lâmpadas da iluminação pública de Porto Alegre por
lâmpadas de LED, e o Prefeito anunciou aqui, conjuntamente com o atual
Secretário Rafael Fleck, que em diversas praças do Centro Histórico de Porto
Alegre serão 1.500 luminárias que serão substituídas por lâmpadas de LED. Esse
é o futuro da iluminação, Ver. Paulinho Motorista, lâmpadas com uma
durabilidade muito superior e com consumo de energia bastante reduzido, o que
possibilita, inclusive, que a própria geração de gases do efeito estufa na
geração de energia elétrica convencional sejam diminuídas em função da redução
do consumo de energia, sem contar que a manutenção deste sistema também fica
bastante reduzida, porque lâmpadas que têm uma utilização de, em média, quatro
horas por dia, chegam a durar 35 anos, tendo em vista a longevidade dessas
lâmpadas de LED. É um projeto que tem um cunho econômico porque vai trazer
economia na manutenção, economia no consumo de energia, mas também uma grande
economia do ponto de vista ambiental, porque as plantas industriais, Ver. Mauro
Pinheiro e Ferronato, que acompanham aqui, também terão uma produção reduzida,
porque essas lâmpadas têm até 35 anos de durabilidade. Quero dizer que na
Câmara Municipal o Ver. Mauro Pinheiro fez o encaminhamento de uma contratação
de uma iluminação externa aqui do nosso pátio, e ela já é toda em LED. Está sendo
executada neste ano, Ver.ª Sofia, mas já é toda em LED, representando,
então, economia e maior durabilidade. Também, no nosso prédio, no Palácio
Aloísio Filho, cada lâmpada que termina a sua vida útil já é substituída por
uma de LED. Então, este projeto, nos parece, não traz nenhuma obrigação
imediata para o Município. Nós teremos a substituição de 10% das lâmpadas
atuais, tanto nos prédios do Município, quanto da iluminação pública das nossas
praças, representando, num período de até dez anos, a substituição de todo
nosso sistema, que já avançou na Cidade. Há bem pouco tempo, nós tínhamos as
lâmpadas de mercúrio, que tinham um alto consumo e eram ambientalmente também
muito danosas. Em 2010, 2012, encerramos a substituição por lâmpadas de vapor
de sódio, que são mais econômicas. E agora é a nova geração da iluminação
pública e da iluminação predial, que comportam as lâmpadas de LED. Então, peço
o apoio dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras para que possamos aprovar
este projeto na tarde de hoje. Muito obrigado, e um grande abraço.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver.
Cassio Trogildo. O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a
votação do PLL nº 014/16.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde,
senhoras e senhores, rapidamente, vou me manifestar com relação ao projeto do
Ver. Cassio, a iniciativa é extremamente positiva, visto que nós precisamos nos
preocupar com o nosso planeta em longo prazo. Pequenas ações podem garantir uma
qualidade
muito grande para as gerações futuras. E a utilização de tecnologias pode
preservar os nossos recursos. A questão da economia e da utilização racional
dos nossos recursos, renováveis e não renováveis, deve ser prioridade de
todos nós. E a contribuição que o Ver. Cassio faz ao Município de Porto Alegre
é extremamente meritória. Parabéns pela iniciativa, é sabido de todos que as
lâmpadas LED apresentam uma eficiência muito maior, o seu consumo é reduzido, a
luminosidade, proporcionalmente, é muito mais vantajosa e, como bem destacado,
geralmente, esses materiais não utilizam metais pesados, que são potencialmente
poluidores e agressivos ao ambiente. Então, parabéns ao Ver. Cassio Trogildo, me manifesto em
meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna, toda e qualquer iniciativa que
vise à preservação dos nossos recursos, dando maior qualidade de vida à
população e justamente economizando os recursos do Município de Porto Alegre
têm o nosso apoio e o nosso voto favorável.
(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo
Pujol.)
O
SR. PROF. ALEX FRAGA: Muito
obrigado, Vereador. Parabéns, Ver. Cassio Trogildo, espero que nós tenhamos a
aprovação dessa iniciativa que é totalmente meritória. Boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
014/16.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Delegado Cleiton, senhoras e senhores, Vereadoras e Vereadores, esta semana,
coincidindo com a grande manifestação de quinta-feira, onde 20 mil pessoas
estiveram nas ruas, aconteceu aqui uma audiência pública sobre os desastres de
Porto Alegre, e eu, infelizmente, não pude acompanhar – também muitos
militantes estavam na rua, provavelmente não houve um grande público aqui. Mas
eu quero, Ver. Cassio, valorizar a sua iniciativa no sentido de que a nossa
Cidade está muito inquieta com a maneira fragmentada com que as políticas
públicas e as iniciativas privadas que são fiscalizadas pelas políticas
públicas têm incidido sobre ela. A sua iniciativa da transformação para lâmpada
LED como uma política pública permanente deve entrar junto com o planejamento
que esta Cidade deve fazer de ir enterrando os fios para evitarmos o problema
do conflito com a natureza, com as árvores, e também o problema estético. Nesse
sentido que eu quero intervir: acho que nós, como Câmara, talvez pudéssemos
pensar, para o ano que vem – este é um ano complicado, quem sabe quem estará
aqui no ano que vem –, numa comissão especial para pensar esse espaço urbano. A
Prefeitura nos deve, há anos, com a desculpa da licitação, um projeto para o
mobiliário urbano. O que a gente vê, infelizmente, Ver. Alex, é que a
intervenção na Cidade é um desastre. Esses dias eu estava fotografando na Av.
Protásio Alves, na frente do Colégio Santa Inês, a mistura de fios de telefone
que está disposta no espaço aéreo da Cidade, telefone com energia elétrica.
Parecia, sem mentira, aquelas comunidades pelas quais estamos brigando para
regularizar a energia elétrica, parece estar cheio de “gatos”, então está
aquele emaranhado pela irresponsabilidade das empresas telefônicas, Net, sei lá
o que mais. Se olharmos para o chão, da mesma maneira, a instalação do gás,
vê-se que há diferentes intervenções na calçada que ficam mal-acabadas, as
calçadas detonadas, esperando uma ação do Poder Público ou mesmo da iniciativa
privada.
Então me parece que está muito mal a
intervenção na Cidade. Essa transformação das lâmpadas é positiva, é
necessária, mas as diferentes leis precisam compor um planejamento, para que
nós possamos acompanhar, enquanto Casa, enquanto Vereadores, que os órgãos, os
conselhos – seja o Conselho do Meio Ambiente, seja Conselho do Plano Diretor –,
possam acompanhar, possam produzir ideias, porque a Cidade está ficando muito
feia, muito desordenada, muito sem critério.
Nós temos praças esperando iluminação,
enquanto outras já receberam, e não sabemos a forma de escolha, por exemplo,
que o Reluz usa para chegar naquela praça ou em outra. Nós encaminhamos um
pedido de iluminação para uma praça no bairro Petrópolis que está completamente
às escuras, mas eu não quero que a minha fure a fila, só que eu não sei os
critérios pelos quais o Prefeito vem iluminando as praças. Então quero fazer
essa intervenção no sentido que a Cidade é um resultado hoje de intervenções
fragmentadas, sem critério, sem controle da sociedade. Há um pedido cada vez
maior da segurança pública pela iluminação pública, mas nós não queremos que a
segurança pública retire árvores, porque é um equívoco, não há necessidade. A
iluminação deve descer abaixo das copas das árvores. Essa é uma orientação
técnica preservacionista.
O tema das lâmpadas chega bem, mas o
bairro Floresta está pedindo uma iluminação baixa, um projeto baixo. Então
estou falando de várias intervenções que devem ser combinadas com o tema da
segurança, com o tema estético, com a implantação de serviço na cidade, seja
nas calçadas, seja no espaço aéreo. Mas eu quis trazer essa fala valorizando a
sua iniciativa, Ver. Cassio, e dizendo que a Prefeitura precisa ter uma gestão
integrada da intervenção urbana e dialogada com a sociedade. Obrigada.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado,
Vereadora. O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação
do PLL nº 014/16.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, vim aqui para
dizer ao Ver. Cassio Trogildo, Presidente desta Casa, que concordo plenamente a
respeito deste projeto. Acho que nós já estamos até atrasados! Nós, aqui na
Câmara de Vereadores, conforme o Ver. Cassio Trogildo falou, estamos
implementando, nesta legislatura – começou com o Ver. Professor Garcia, eu dei
continuidade –, esse sistema de lâmpadas de LED aqui na nossa Câmara Municipal
de Porto Alegre. O próprio projeto do Ver. Cassio Trogildo demonstra o quanto é
interessante usar essa nova tecnologia, o quanto vai se economizar. No primeiro
momento, o custo é até um pouco mais alto, mas a durabilidade das lâmpadas de
LED é muito maior – podem durar até 35 anos, numa média de 20 a 30 anos. Isso
demonstra o quanto pode ser econômico a partir dali, em termos de economia de
energia elétrica, porque vai se gastar muito menos. A Câmara, que tem um custo
bastante elevado de energia, pode economizar no futuro, a partir da sua
instalação. Além dessa parte da economia da energia elétrica, também tem a
parte de ser uma energia mais voltada à sustentabilidade, muito mais adequada
do que a energia elétrica na forma das lâmpadas, como se utiliza nos dias de
hoje.
Também quero dizer que estive olhando –
acabei compartilhando no meu Facebook – o quanto nós estamos atrasados, no
Brasil, nessa parte da busca pela sustentabilidade. Na Itália, está sendo
criada uma invenção alternativa aos painéis fotovoltaicos tradicionais, que são
grandes e pesados. Tem uma fábrica que busca, Ver. Paulo Brum, as telhas para
buscar a energia solar para não mais precisar aqueles grandes painéis. Aqui no
Brasil, no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, principalmente, nós ainda
estamos muito atrasados em buscas dessas energias sustentáveis, como a energia
solar,
a do LED, e nós ainda estamos aqui discutindo projeto de lei para buscar uma
forma mais sustentável. Isso já deveria ser a busca do nosso Estado, independente
de projeto de lei; uma atitude dos nossos gestores como uma forma de buscar a
sustentabilidade para o nosso Estado, que deveria dar o exemplo, inclusive
achando mecanismos para baixar impostos para aqueles que utilizarem os
mecanismos sustentáveis. Também incentivando a indústria do País para saídas
como a energia solar, a do LED e outras. Nós ainda estamos muito acanhados na
busca desses mecanismos para utilizar esses métodos mais sustentáveis. Todos
nós temos acompanhado a dificuldade dos países com o custo das energias não
renováveis e na sustentabilidade do meio ambiente. Acho que devemos sempre
incentivar esse tipo de atitude, mesmo que em um primeiro momento pareça custar
mais caro, mas, certamente, terá uma economia no futuro, assim como o meio
ambiente nos agradece sempre que tomamos uma atitude de buscar a
sustentabilidade e as energias renováveis. Não só essa iniciativa do Ver.
Cassio, mas acho que esta Casa deve buscar mais o debate das energias
renováveis para que a gente possa ter um futuro melhor e preservar mais o meio
ambiente. Votarei favoravelmente ao projeto, Ver. Cassio Trogildo, e o
parabenizo pela iniciativa. Parabéns.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 014/16.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quando o Ver. Alex, do PSOL, se
encontrava na tribuna, eu, equivocadamente, tentei produzir um aparte ao mesmo,
entendendo que ainda se encontrava no período de discussão da matéria.
Obviamente, como os Anais da Casa não vão registrar o aparte antirregimental por mim proferido, ocupo
alguns segundos deste debate para reafirmar aquilo que eu disse no apoio
antirregimental, dizendo que, por paradoxal que pudesse parecer, a nossa
posição era idêntica à posição externada pela Liderança do PSOL, que é um
partido que, ideologicamente, as posições dificilmente podem coincidir, mas, no
caso, coincidiram. Então estou reafirmando, e acho que o projeto é inteligente,
que aquelas colocações feitas pelo Ver. Alex são pertinentes, tratam daquelas
situações em que o investimento, aparentemente, é mais caro, mas fica mais
barato ao longo do tempo, a medida em que a economicidade que ele produz é
indiscutível, e, de outro lado, a eficiência é muito maior, através desse
avanço tecnológico que ocorre nesses últimos anos e que cresce
progressivamente, Ver. Mauro Pinheiro. Nós temos que considerar que a
tecnologia moderna, quando ela é salutar, e mais do que isso, traz base de
sustentabilidade econômica, deve ser aproveitada como consequência do
reconhecimento da sua eficiência. Pelo caso concreto, o autor da proposição,
Ver. Cassio Trogildo, com sua experiência de quem passou um longo período na
Secretaria Municipal de Obras, sabe o que isso representa de avanço e melhoria
do serviço público, na melhoria do atendimento à população da Cidade, e,
sobretudo, e por que não, de economicidade, vale dizer, de sustentabilidade
para a medida aqui proposta.
Cumprimento o nosso Presidente, Ver.
Cassio, e a minha expressa manifestação de apoio integral à sua proposição. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton):
Em votação o PLL nº 014/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Prof. Alex Fraga. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Oito Vereadores presentes. Não há
quórum.
Está encerrada
a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h57min.)
* * * * *